Exportações brasileiras são expostas a barreiras comerciais na União Europeia, China e Argentina, diz CNI

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Segundo relatório da Confederação Nacional da Indústria, US$ 78 bilhões das exportações para esses parceiros comerciais foram expostas à algum tipo de barreira

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Exportações

As principais barreiras identificadas foram sanitárias, regulamentos técnicos e impostos e licenciamentos de importação

O relatório anual da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que metade das exportações brasileiras para China, União Europeia e Argentina são expostas à barreiras comerciais. Dos US$ 155 bilhões exportados para esse destino, mais de US$ 78 bilhões estão expostos a barreiras. Joelson Sampaio, doutor em teoria econômica da Universidade de São Paulo (USP) explica que esse número representa 26% do valor total exportado pelo Brasil no ano passado. “Em 2022, dos US$ 155 bilhões de exportação, mais da metade passou por algum tipo de barreira, sendo que as principais se encontram na União Europeia, na China e na Argentina, que são os grandes parceiros comerciais do Brasil. Isso acaba trazendo um impacto na balança comercial e também no resultado das empresas que tendem a lidar com esses entraves”, explica o doutor em economia. As principais barreiras identificadas foram sanitárias, regulamentos técnicos, impostos e licenciamentos de importação, além da sustentabilidade. A carne suína, por exemplo, não pode ser exportada para a União Europeia, porque as autoridades locais não reconhecem a qualidade e a eficiência do sistema de controle sanitário brasileiro. Já o suco de laranja, vendido para China, tem uma tarifa de importação de 7,5% se o produto estiver resfriado a menos de 18º C. Se a temperatua estiver acima disso, a tarifa sobe para 15%.

A gerente de Comércio e Integração Internacional da CNI, Contanza Negri, afirma que o Brasil precisa encontrar mecanismos para superar essas barreiras e ampliar o mercado para produtos nacionais. “Diante desse cenário, a CNI entende que se faz ainda mais necessária uma estratégia brasileira de identificação, monitoramento e eliminação dessas barrreiras junto à diferentes parceiros comerciais. O setor industrial espera que o relatório possa ocntribuir com uma estratégia proativa junto a esses parceiros comerciais em um âmbito de foros e negociações internacionais para garantir um maior acesso ao mercado e uma maior inserção internacional das exportações brasileiras”, analisa Negri. Segundo a Global Trade Alert, o Brasil foi afetado por mais de 9 mil restrições comerciais entre 2009 e 2022.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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