São Paulo – O empresário Thiago Brennand, 43 anos, vai passar os próximos dias no Centro de Detenção Provisória (CDP) 1 de Pinheiros, na cidade de São Paulo. Superlotada e repleta de restrições, a prisão em nada lembra o hotel cinco estrelas onde ele vivia nos Emirados Árabes, quando estava foragido.
Brennand responde por crimes de estupro, tortura, ameaça e cárcere privado. Poucas horas antes de ser denunciado pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP), em setembro de 2022, ele fugiu do Brasil e se hospedou em um hotel de luxo em Abu Dhabi.
Na ocasião, o empresário chegou a ser capturado pela polícia daquele país, em uma operação que contou com auxílio da Interpol e da Polícia Federal (PF) brasileira, mas pagou fiança e acabou liberado. Em seguida, ele se refugiou em um hotel com spa, piscina, sete restaurantes e diárias de até R$ 22 mil.
Brennand ficou mais de seis meses foragido até ter a extradição autorizada pelo governo do Emirados Árabes na quarta-feira (26/4). Algemado pelas mãos e sob forte escolta policial, o empresário desembarcou no Brasil na noite de sábado (29/4), dormiu na carceragem da PF em São Paulo e foi levado para o CDP 1 de Pinheiros neste domingo (30/4).
Cadeia em bairro nobre Em audiência de custódia, o juiz Orlando Gonçalves de Castro Neto, do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), confirmou a prisão preventiva de Brennand. Ele deu entrada no CDP 1 de Pinheiros, bairro nobre da capital paulista, por volta do meio-dia.
Com bloqueador de celular e detector de metais na entrada, a cadeia é destinada a detentos acusados de crimes sexuais. Ela faz parte de um complexo prisional, formado por quatro CDPs, ao todo, com capacidade para mais de 2 mil presos.
O pavilhão em que o empresário está recolhido foi projetado para receber até 521 presos. Hoje, no entanto, a unidade abriga 782 pessoas, de acordo com relatório mais recente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), feito em março de 2023.
Frente à realidade de outras prisões brasileiras, as condições são consideradas pelo órgão como “regulares”.
Defesa quer prisão das “celebridades” As visitas na unidade acontecem aos domingos, mas Brennand vai precisar esperar pelo menos dez dias, período chamado de regime de observação, conforme as regras da administração.
No “jumbo”, itens que os parentes podem levar para os presos, é permitido arroz, feijão e macarrão. Já carne ou frango, apenas fatiado e sem ossos. Na salada, nada além de alface, tomate e cebola. Na farofa, só farinha.
A defesa de Brennand tenta transferi-lo para a Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, famosa por abrigar “celebridades”, a exemplo de Gil Rugai, Alexandre Nardoni e Roger Abdelmassih.
Segundo o CNJ, o presídio de Tremembé tem condições consideradas “boas” e até vagas sobrando, o que é raro no sistema penitenciário brasileiro.
The post Do hotel 5 estrelas à cadeia superlotada: a derrocada de Brennand first appeared on Metrópoles.
Comentários Facebook