Ex-secretário da Fazenda de SP critica taxa de juros em 13,75% e diz que verba carimbada do arcabouço fiscal ‘engessa o orçamento’

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O economista e ex-secretário da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo, Felipe Salto, criticou a manutenção da taxa básica juros em 13,75% pelo Banco Central (BC). Em encontro com filiados dos partidos PSDB e Cidadania, realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o ex-diretor da instituição fiscal disse que a Selic no atual patamar prejudica o crescimento econômico. “A taxa de juros está na lua. A Selic é a mais famosa em 13,75%. Mas seu desconto a inflação esperado é uma taxa real de juros de 7,5%. Não tem quem aguente. A dívida vai crescer com certeza porque o crescimento econômico no melhor cenário vai ser 2%”, comentou. Após a aprovação do arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados, Felipe Salto prevê que as novas medidas vão criar mais previsibilidade sobre as receitas do país. Para o especialista, a verba que já tem destino é um problema. Ele também acredita em um modelo menos rígido de gastos. “Qual é o orçamento total sujeito ao teto de gastos neste ano para a União? É muito dinheiro. Não falta dinheiro. Só que 93,6% estão carimbados. Então temos que começar a discutir essa rigidez orçamentária, que tipo de gastos que a gente pode ou não pode diminuir, como fazer isso, como aumentar essa flexibilidade. O arcabouço fiscal tem essa vantagem. Ele vai permitir que esse gasto tenha sempre um crescimento real, mas sempre inferior a receita”, acrescentou.

*Com informações do repórter Misael Mainetti.

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