Relação de Tarcísio com PL de Bolsonaro causa ciumeira no Republicanos

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São Paulo – A relação de proximidade entre Tarcísio de Freitas e os políticos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, têm provocado ciumeira entre os deputados estaduais do Republicanos, legenda do governador. Eles reclamam da pouca atenção que recebem do chefe do Executivo paulista na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

Desde que Tarcísio tomou posse, a ala mais próxima ao presidente nacional do Republicanos, o deputado federal Marcos Pereira, se sente pouco contemplada com cargos no primeiro escalão de governo. Dentro da Alesp, o descontentamento é ainda maior.

A escolha do deputado Jorge Wilson Xerife do Consumidor (Republicanos) para ser líder do governo na Casa causou questionamentos até entre deputados da oposição. O Metrópoles apurou que a bancada do partido na Assembleia não foi consultada sobre a escolha e que o próprio Xerife do Consumidor não é identificado com o perfil de articulador necessário para o posto.

Outros cargos de relevância, como a presidência da Casa e a corregedoria, ficaram com nomes do PL: os deputados André do Prado e Alex de Madureira. Tarcísio justificou o apoio à eleição de André do Prado como um aceno ao padrinho político dele, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, por ter auxiliado Bolsonaro com a presidência de honra do partido.

As frequentes reuniões do governador com deputados do PL, especialmente os bolsonaristas, também têm incomodado a turma do Republicanos. Já os parlamentares aliados de Bolsonaro justificaram que foram eles os maiores cabos eleitorais de Tarcísio, que recebeu pouco apoio do próprio partido durante a campanha de 2022.

Estranhamento Para chegar até Tarcísio, deputados têm recorrido a colegas do partido de Valdemar, em especial o deputado Carlos Cezar, líder da bancada do PL na Casa, com suas demandas.

No entanto, durante a votação do reajuste das polícias na Assembleia, nessa terça-feira (16/5), a rusga entre PL e Republicanos ficou evidente quando Gilmaci Santos (Republicanos), que pleiteou tanto a liderança do governo quanto a presidência da Alesp, interrompeu Carlos Cezar no plenário para reduzir o tempo de fala do deputado.

Carlos Cezar discursava em defesa do projeto de lei enviado por Tarcísio, que gerou desgaste na base governista, quando Gilmaci interrompeu o colega para questionar o presidente, André do Prado, se no momento eles discutiam o encaminhamento ou o requerimento do projeto.

Segundo o regimento interno da Alesp, cada deputado tem direito a 15 minutos de fala para abordar requerimentos. Já nos casos em que a discussão é sobre um projeto que será encaminhado, ou seja, votado em breve, o tempo é menor, de 10 minutos.

André do Prado afirmou que Carlos Cezar fazia o encaminhamento, e Gilmaci alertou que o tempo indicado no telão do plenário era o de uma fala sobre requerimentos. O presidente da Alesp reconheceu o equívoco e retirou cinco minutos da fala de Carlos Cezar.

“Agradeço ao deputado Gilmaci que me tirou tempo aqui. Sou grato a Vossa Excelência por ter me tirado tempo”, disse o parlamentar do PL na sequência.

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