Na véspera da decisão do Copom, Fiesp fala em ‘momento crucial’ para redução da Selic

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Na véspera do divulgação da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) emitiu nota pedindo o “início do ciclo de baixa da taxa de referência”, a fim de dar “fôlego à economia”. Segundo a instituição, a Selic está estacionada em 13,75% por dez meses com a inflação tendo recuado 7,95 pontos percentuais em 12 meses até maio. Dada essa conjuntura, a Fiesp acredita que este é um momento privilegiado, pois “nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais”, diz o texto. No documento, a federação ainda afirma que “o remédio amargo, adotado em condições excepcionais para conter um movimento altista de preços, é um veneno para a atual realidade econômica de descompressão inflacionária”, e cita que a demanda está fraca, o câmbio em queda e a expectativa de contas públicas controladas, graças, segundo a instituição, “ao novo regime fiscal em fase final de tramitação no Congresso”. A declaração da Fiesp segue a opinião de outras autoridades, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT).

Leia a seguir o documento na íntegra:

Momento é crucial para o Banco Central iniciar ciclo de baixa da Selic

Nesta quarta-feira, 21/6, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia a taxa de juro básica Selic. Depois de dez meses com a Selic estacionada em 13,75%, tendo a inflação recuado 7,95 pontos percentuais em 12 meses até maio, este é um momento crucial para a autoridade monetária decidir pelo início do ciclo de baixa da taxa de referência, dando fôlego à economia. Nada justifica o Brasil seguir com o título de campeão mundial de juros reais.

O remédio amargo, adotado em condições excepcionais para conter um movimento altista de preços, é um veneno para a atual realidade econômica de descompressão inflacionária, com demanda fraca, câmbio em queda e a expectativa de contas públicas controladas, graças, inclusive, ao novo regime fiscal em fase final de tramitação no Congresso.

A realidade está exposta pelos próprios índices de preços IPCA e IGP-M: eles indicam uma economia em franco processo de desaquecimento e mesmo deflação. Juros altos despropositados empobrecem o país. Famílias e empresas estão endividadas e o crédito está caro e escasso. Esse ambiente hostil compromete o futuro do Brasil.

Embora o desempenho do Produto Interno Bruto no primeiro trimestre tenha sido uma boa surpresa, a concentração desse resultado em um único segmento, a agropecuária, distorce a compreensão da situação da economia. O setor de serviços teve atuação fraca, a construção civil recuou pelo segundo trimestre, a taxa de investimento caiu. A indústria de transformação amargou a terceira retração seguida – a sétima nos últimos dez trimestres.

Inflação estável, com política monetária adequada, é condição para o crescimento econômico fluir conforme o anseio geral. A dinâmica inflacionária está contida. Resta acertar a política monetária até para termos tranquilidade para darmos atenção aos demais problemas que impedem o desenvolvimento pleno do país.

Josué Christiano Gomes da Silva

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – FIESP

 

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