Ex-ministro do GSI, Gonçalves Dias admite ter enviado relatório editado para o Congresso

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O general Gonçalves Dias, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, admitiu nesta quinta-feira (22), que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), produziu um relatório errado com uma citação sobre ele acerca dos ataques de 8 de janeiro, quando as sedes dos Três Poderes foram atacadas em Brasília e, por essa razão, alterou o documento antes de enviá-lo a uma comissão do Congresso Nacional. 
 

A fala do militar aconteceu durante depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que investiga os atos de 8 de janeiro, bem como o 12 de dezembro do ano passado, quando houve tentativa de invasão à sede da Polícia Federal (PF). O militar disse que não participou de nenhum grupo e que não adulterou o documento. 

 

“Não adulterei nem fraudei nenhum documento. Sempre falei no GSI que todo documento que passasse por lá tinha que ser a expressão da verdade. A CCAI [Comissão de Controle das Atividades de Inteligência] solicitou ao GSI o que a Abin tinha produzido sobre os atos. A Abin fez um compilado de mensagens de aplicativos. Lá tinha três partes como ‘dia tempo, acontecido e difusão’. Esse documento tinha ‘ministro do GSI’. Eu não participei de nenhum grupo, não sou difusor. O documento não condizia com a verdade”, declarou o militar

 

De acordo com o pronunciamento do general, o documento foi enviado à CCAI, que é a Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso Nacional. 

 

Gonçalves revelou também que tinha informado que a Abin fez outro relatório da mesma situação, porém, sem a citação ao ministro. 

 

“O documento enviado de forma igual ao Ministério Público Federal estava diferente na parte ‘difusão’. Não tinha GSI”.

 

Depois da declaração, o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), reagiu.

 

“Essa informação é muito grave. Demonstra que um órgão de Estado fraudou um documento. Precisa que as autoridades apurem a quem interessava essa fraude. Precisa ser investigada. É um órgão de inteligência. Isso é grave”, contou.

 

Sobre a acusação do documento “que não condizia com a verdade”, segundo o general. O ex-ministro não deixou claro se recebeu os alertas da Abin diretamente em seu telefone.

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