Regulamentação de mercado de criptomoedas ainda depende de consulta pública

Publicado:


pierre borthiry vbcvcwuyvym unsplash
A publicação do Decreto nº 11.563, de 13 de junho 2023, tornou o Banco Central do Brasil oficialmente órgão responsável pela autorização de prestadoras de serviços de ativos virtuais que desejarem funcionar no país. A regulamentação, contudo, ainda depende de consulta pública para ouvir a sociedade antes de divulgar a regra definitiva. A entidade publicou nota nesta semana para avisar ao mercado da sua nova disposição. “Para isso, o BC deve observar o disposto na Lei nº 14.478, de 21 de dezembro de 2022, que definiu as diretrizes a serem observadas na prestação de serviços de ativos virtuais e na regulamentação das prestadoras desses serviços. As diretrizes incluem, mas não se limitam a aspectos importantes da prestação de serviços, como livre iniciativa e livre concorrência, e proteção e defesa de consumidores”, diz a entidade bancária nacional.

Com isso, o BC também alertou a comunidade de que se trata de uma fase necessária para que o mercado nacional de criptoativos esteja em consonância com a comunidade internacional. “Somam-se a essas diretrizes os debates e recomendações internacionais sobre ativos virtuais e suas interações com o sistema financeiro tradicional. A complexidade e a rápida evolução dessas interações demandará uma discussão transversal entre reguladores e contará com a participação de diversos setores da sociedade”, avaliou.
Para o advogado especialista no tema, André Guskow Cardoso, membro da Comissão de Direito Digital e Proteção de Dados da OAB/PR e sócio de Justen, Pereira, Oliveira e Talamini – Sociedade de Advogados, é fundamental que os agentes financeiros e outros interessados participem desse processo, que interessa investidores internacionais. “Você tem redes descentralizadas, empresas que atuam em todo o mundo, por isso, é muito importante essa comparação e análise do impacto regulatório do Brasil com outros países do mundo. Todos esse processo vai necessitar também de consulta pública, um processo relativamente demorado e necessita de vários estudos específicos”, avaliou.
No processo de regulamentação, o BC também vislumbra a necessidade de proteger os mercados financeiros atuais e futuros. “Os serviços oferecidos, elementos atinentes a outros segmentos regulados em relação a preocupações sobre a coibição de fraudes, de preservação da integridade de mercados e de mitigação de riscos devido a interrelações entre os segmentos tradicionais e descentralizados”, pontou o órgão. “Espera-se que o Banco Central também atue de forma pró-ativa com diálogo com o mercado e com frente de discussão. Isso vai ser muito importante”, finaliza o especialista.

 

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

‘Lula pediu suspensão de tarifa de 40% a Trump enquanto negocia’, afirma Alckmin

O vice-presidente Geraldo Alckmin, que atua como um dos principais articuladores do governo para acabar com a tarifa de 40% sobre produtos brasileiros,...

Oito em cada dez brasileiros devem comprar presentes para o Dia das Crianças, aponta pesquisa

O Dia das Crianças, celebrado em 12 de outubro, promete movimentar o varejo brasileiro. Uma pesquisa do Instituto Locomotiva, em parceria com a...

Academia em São Paulo aposta em treinos com hora marcada para evitar superlotação

Um novo modelo de academia está chamando atenção em São Paulo, oferecendo uma alternativa às salas de musculação lotadas. A rede Silva Gym,...