Nesta quarta-feira (7), em entrevista concedida ao programa BN na Bola, da Rádio Salvador FM, Eder Ferrari, atual gestor de futebol do Estrela de Março, equipe soteropolitana voltada para a captação e revelação de jogadores de futebol, falou sobre o projeto e a linha de atuação do clube que tem um ambicioso objetivo: se tornar o principal captador e qualificador de jogadores do estado da Bahia.
Responsável pela formação de atletas como Lucas Ribeiro, zagueiro ex-Vitória e atualmente emprestado ao Ceará pelo clube alemão Hoffenheim, Marco Antônio, defensor titular do atual time rubro-negro, e Sidney, volante do Bahia, convocado para Seleção Sub-17, Eder Ferrari, que já foi setorista do Bahia no Bahia Notícias e ex-gerente de futebol do Tricolor na gestão Marcelo Santana, começou falando sobre a estrutura do Estrela de Março e as diversas jóias espalhadas pela região.
“Nós trabalhamos na metodologia de núcleo. Ela nos fornece os jogadores em várias dessas ‘escolinhas’ e o caminho final é o Estrela de Março, para que um trabalho mais profissional, simulando o que os clubes fazem, aconteça. Tem muito menino perdido no futebol baiano e a gente atua para encontrar essas ‘joiazinhas’ no nosso estado”, comenta Eder.
O Estrela de Março irá disputar os próximos Campeonatos Baianos sub-15 e sub-17, ainda em 2023 (Foto: Click Mirtis)
Convocado nesta quarta-feira (7) para a Seleção Brasileira sub-17, Sidney, do Bahia, é mais um talento desenvolvido pelo Estrela de Março. Eder explicou como se deu a captação do jogador.
“Sidney chegou no Estrela de Março em 2018. Ele jogava em um time de Praia Grande. A nossa equipe fez uma análise e o trouxe em 2018. Ele ficou um ano treinando no Estrela e no Bahia; no Bahia, ele treinava no sintético, no Estrela era no ‘terrão’ em São Marcos. Além da qualidade e refino técnico, é um garoto extremamente profissional”, explicou o gestor do Estrela de Março, que possui treinamentos de segunda a sexta, com amistosos e/ou competições no final de semana.
Pela manhã, as atividades do clube são para os atletas das categorias sub-16, sub-17, sub-18 e sub-20. Pela tarde treinam os garotos de 12 a 15 anos. As categorias abaixo de 12 anos, os garotos treinam nos núcleos que fiquem mais próximos de suas casas, assim não assumem responsabilidades acima do adequado para idade.
Durante o papo, Eder contou uma história curiosa sobre Sidney, jogador que “pode botar pra jogar em qualquer posição que ele joga”.
“Ele é um dos nossos destaques atuais. Muito inteligente. Parece um ‘coroa’ jogando. Professor Júnior fala para ele que se ele errar um passe, ele (Sidney) vai ter que pagar uma ‘Coca’. Nunca pagou (risos)”.
A estrutura do Estrela de Março é formada por um coordenador/observador técnico, três treinadores, um auxiliar “faz tudo” (também faz o papel de roupeiro e massagista) e dois estagiários não remunerados.
Além de Lucas Ribeiro, Marco Antônio, Sidney, outros jogadores ganharam o “selo Estrela Vermelha”, como Samuel, centroavante ex-Vitória e atualmente no Oita Trinita, do Japão, e diversos outros jogadores espalhados pelas bases de clubes do Brasil inteiro.
Estrela de Março tem no Bahia e no Vitória os seus principais parceiros (Foto: Click Mitis)
“Nosso aprimoramento faz com que a gente tenha jogadores nas bases dos principais clubes do Brasil. São seis jogadores no Palmeiras, cinco no Internacional; no Bahia todo dia entra um”, explicou Eder.
O gestor de futebol da equipe formadora de talentos seguiu citando alguns dos prospectos que logo estarão dando as caras nos times profissionais de Bahia e Vitória.
“Emerson, lateral-direito sub-17, de 2006, também tem um destaque muito grande: jogador de Seleção Brasileira. Ele foi trazido por Nadgol (Nadson, atacante com passagem marcante pelo Leão) e do Vitoria é o que mais aposto. Está mais perto de estourar. No Bahia tem o irmão de Sidney, conhecido como Deivinho, e eu não sei quem é o melhor dos dois (ele ou o irmão)”, comentou.
Por fim, Eder informou que o Estrela de Março irá participar dos próximos Campeonatos Baianos sub-15 e sub-17 e estará realizando uma peneira em Porto Seguro, na próxima semana, e em vilarejos próximos como Eunapólis. Eder também ressaltou a importância de projetos como o do Estrela ganharem espaço na imprensa esportiva baiana.
“É muito importante a partir do momento que a imprensa abre espaço para esses tipos de projetos. Tem muita gente precisando de oportunidade. A Bahia tem 15 milhões de habitantes e vários não viram jogadores porque não tem a oportunidade de ser trabalhado e alocado”, finalizou.
O programa BN na Bola acontece de segunda a sexta, às 20h, na Rádio Salvador FM, com apresentação de Emídio Pinto e participação de Ulisses Gama e Nuno Krause.
Comentários Facebook