“Só conversava sorrindo”, diz vizinho de jovem gay morto e jogado em cisterna no DF

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Trabalhador e humilde, Júnior de Souza do Nascimento era querido por todos os vizinhos no Sol Nascente. O jovem foi encontrado morto, aos 24 anos, na noite dessa quinta-feira (1º/6) com sinais de golpes de picareta. João Mendes da Silva é o principal suspeito pelo assassinato que chocou a comunidade da região administrativa.

 

Desde criança, como jovem aprendiz, Júnior trabalhava em uma distribuidora de bebidas no Sol Nascente, perto da casa onde vivia, e o suspeito era um frequentador antigo do estabelecimento.

O comerciante Márcio César conta que comprava bebidas frequentemente com a vítima: “Não era um rapaz de confusão, de bagunça. Era uma pessoa que não tem ninguém pra falar nada de mal dele aqui na redondeza do Sol Nascente”.

Veja o vídeo:

“A vizinhança fica revoltada. Eu mesmo fico revoltado porque você tirar a vida de um cara trabalhador, não importa a sexualidade dele ou que ele era, o que importa é ele como ser humano e para a população daqui era demais, um trabalhador”, continua o comerciante. Júnior era gay, e a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga se o crime foi motivado por homofobia.

O pedreiro Airton Silva era vizinho de “Juninho”, apelido carinhoso do jovem, e relembra que o rapaz só “conversava sorrindo”. Sobre o suspeito, ele comenta que era um homem que não tinha contato com ninguém: “Se você falasse com ele, mal acenava. [O Crime] Foi um choque muito grande”.

Assassinato Denise de Souza, irmã da vítima, conta que nenhum parente conhecia o suspeito e que, provavelmente, o jovem tinha contato com o homem apenas por conta do trabalho. Em busca de uma melhor qualidade de vida e conforto para a família, Júnior havia conseguido um novo emprego, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), havia duas semanas.

O rapaz voltava do novo serviço quando, segundo familiares, foi abordado pelo suspeito. Câmeras de segurança flagraram o momento em que os dois se encontraram na rua, ainda na noite de quarta (31/5). Nas imagens, inicialmente, o jovem anda por uma calçada e, de repente, para, gesticula e pede para que o indivíduo se aproxime.

O criminoso atravessa a avenida, os dois conversam e saem juntos do campo de registro da câmera. O corpo da vítima foi encontrado na marmoaria do irmão de João, que trabalhava como vigia no lugar.

De acordo com moradores e familiares, o suspeito teria confessado o assassinato para o irmão, que decidiu denunciar o crime para a PCDF. João teria matado o jovem porque levou uma cantada da vítima. O caso é investigado pela 19ª Delegacia de Polícia (P Norte).

Natural de Minas Gerais, o suspeito morou em Morrinhos (GO), mas estava no Sol Nascente havia dois anos. Testemunhas relataram que o criminoso era uma pessoa reservada, sem amigos e que não tinha celular. Até a última atualização desta reportagem, ele seguia foragido.

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