A construtora Mitre anunciou nesta quarta-feira (5/7), por meio de um comunicado ao mercado, que finalizou a compra dos direitos de titularidade da marca Daslu, antiga rede varejista para alta renda.
A aquisição foi concluída por R$ 10 milhões. Com o negócio, a Mitre passa a ter direito sobre as 50 marcas da Daslu, entre as quais Daslulu, Terraço Daslu, Daslu Vintage, Daslulabel, Villa Daslu e DasluShoe Space.
“A expectativa com a marca Daslu é fortalecer o nosso posicionamento no mercado imobiliário de altíssimo padrão, oferecendo aos clientes produtos, serviços e experiências únicas, revolucionando o jeito de morar com qualidade e com um novo lifestyle”, afirma a Mitre.
“Além de viabilizar a exploração do licenciamento das marcas através da cobrança de royalties de empresas de diversos segmentos que desenvolverão a marca Daslu como linha exclusiva, contribuindo para a estruturação de um ecossistema voltado ao segmento de altíssimo luxo’, diz a Mitre no comunicado.
A construtora havia arrematado a marca Daslu em um leilão realizado em junho do ano passado. Desde então, no entanto, os antigos detentores da marca – a DSL Comércio Varejista – vinham tentando reverter o resultado do certame na Justiça.
Ascensão da Daslu A Daslu começou em 1958 como uma boutique fechada em uma casa na Vila Nova Conceição, região nobre de São Paulo. Fundada por Lúcia Piva de Albuquerque e Lourdes Aranha dos Santos, a loja só permitia a entrada de mulheres, que podiam experimentar as peças de luxo até mesmo fora dos provadores.
Após a morte de Lúcia, sua filha, Eliana Tranchesi assumiu o negócio, que se tornou um conglomerado com 70 lojas chamado Villa Daslu, na Vila Olímpia, também um endereço de alto padrão. Nos anos 1990, até mesmo ser uma vendedora da rede, ou seja, uma “dasluzete”, era sinônimo de glamour.
Alvo da PF O megaempreendimento Villa Daslu foi inaugurado em 2005 e vendia grifes internacionais, além de uma marca própria. No mesmo ano, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Narciso e apontou que a Daslu teria praticado sonegação fiscal na importação e venda das peças.
Em 2009, Eliana Tranchesi foi condenada a 94 anos e 6 meses de prisão. Ela chegou a ser presa, mas obteve um habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi libertada no dia seguinte.
Tranchesi morreu em fevereiro de 2012, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, devido a um câncer no pulmão.
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