A goleada do Brasil sobre o Panamá por 4×0, na estreia na Copa do Mundo Feminina, teve show de Ary Borges. A meia foi o grande destaque da partida, com três gols e uma assistência para Bia Zaneratto. Foi uma estreia perfeita da Seleção e da própria jogadora, que disputa seu primeiro Mundial na carreira. “Hoje foi um dia muito especial, um dia de misto de emoções. Fiquei muito feliz, fiquei muito ansiosa, chorei. Enfim, pensando no que eu poderia fazer na partida… e nunca imaginei que poderia ter sido da forma como foi. Estou muito feliz pelos três gols e muito mais feliz pela grande partida que o time fez”, disse, emocionada, em entrevista à Globo após o jogo. Ariadina Alves Borges tem 23 anos e faz parte da renovação da equipe canarinha, capitaneada pela técnica Pia Sundhage. Natural de São Luís, no Maranhão, ela se mudou para São Paulo aos 10 anos. Lá, já moravam seus pais, que foram para a capital paulista tentar uma vida melhor. Até então, Ary não os conhecia – a jogadora cresceu sob os cuidados da avó. Na terra da garoa, a jovem teve o primeiro contato real com o futebol. Era seu pai que a levava para praticar o esporte. Foi ele, inclusive, que descobriu o Centro Olímpico, que promove a formação de jovens atletas. Aos 11 anos, Ary aprendeu a pegar ônibus sozinha para treinar no clube, onde aprendeu os fundamentos para começar na carreira. Em 2017, aos 18 anos, chegou em Recife para defender o Sport. A passagem pelo Leão durou duas temporadas, com a conquista do bicampeonato pernambucano (2017-18). Foi justamente o trabalho no clube que a fez ser convocada pela primeira vez na seleção brasileira, na categoria sub-20. Em 2018, disputou a Copa do Mundo da categoria, na França. Na temporada seguinte, retornou à capital paulista, para jogar pelo São Paulo. Foi peça-chave para a campanha que terminou com o título do Brasileirão Feminino A2 e o acesso. Destaque do tricolor paulista, ela foi contratada pelo rival Palmeiras em 2021 e se destacou como profissional. Em três anos pelo clube, entrou em campo 84 vezes, marcando 36 gols e acumulando outras oito assistências. Venceu a Copa Paulista e o Paulistão pelo Verdão e ainda foi uma das principais jogadoras na campanha que culminou com o inédito título da Libertadores. Ary abriu o placar na final em Quito, pavimentando o caminho para a vitória por 4×1 sobre o Boca Juniors. Nesta temporada, se mudou para os Estados Unidos, para atuar no Racing Louisville, seu primeiro clube no exterior. Apesar de disputar sua primeira Copa do Mundo, Ary Borges vem sendo frequentemente convocada pela técnica Pia Sundhage. A primeira vez que teve seu nome relacionado para a Seleção Feminina Principal foi em 2020, quando a equipe já estava sob o comando da sueca. De lá para cá, atuou em 29 jogos, com direito a título da Copa América de 2022. Contra o Panamá, brilhou. Abriu o placar aos 18 minutos, de cabeça, aproveitando cruzamento de Debinha. Fez o segundo aos 38, depois de uma bela jogada de Tamires. O terceiro saiu aos 24 minutos do segundo tempo, escrevendo o nome de Ary na história. Ela se tornou a primeira brasileira estreante em Copas a marcar um hat-trick em seu primeiro jogo. A meia também entrou para um seleto grupo de jogadoras que fizeram três gols pela Amarelinha em estreias de Copa. Antes dela, apenas Pretinha (em 1999, contra o México), Sissi (também em 1999, também contra o México) e Cristiane (em 2019, contra a Jamaica) haviam conseguido o feito.
Quem é Ary Borges, autora de três gols do Brasil em estreia na Copa
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