CPI do 8/1 pode convocar assessora para explicar venda de relógio de luxo

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O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) apresentou, ontem, um requerimento para convocar a assessora Maria Farani Rodrigues para depor na CPMI do 8 de janeiro. Ex-funcionária do Gabinete Adjunto de Informações do Gabinete Pessoal do presidente da República, ela trocou e-mails com o tenente-coronel do Exército Mauro Cid a respeito da venda de um relógio de luxo, presenteado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em viagem ao exterior. Por causa disso, o militar também pode ser reconvocado para depor.

 

 

 

Documentos em poder da CPMI mostram que Cid conversou por meio de mensagens em inglês, em 6 de junho de 2022, com Farani sobre o relógio. “Obrigado pelo interesse em vender seu Rolex. Tentei falar por telefone, mas não consegui. Quanto você espera receber por ele? O mercado de relógios Rolex usados está em baixa, especialmente para as peças cravejadas de platina e diamante, já que o valor é tão alto. Eu só quero ter certeza que estamos na mesma linha antes de fazermos tanta pesquisa”, respondeu ela, segundo informação divulgada por O Globo.

 

Em resposta, Cid afirmou que não tinha o certificado do relógio — uma exigência para quem deseje comprar uma joia dessa natureza —, “pois foi um presente recebido em uma viagem oficial”. Mas argumentou que a peça jamais foi usada. O tenente-coronel esperava receber US$ 60 mil — pouco mais de R$ 292 mil pela cotação do dólar comercial de ontem.

 

A assessora deixou o cargo que ocupava em janeiro. As mensagens não deixam claro se Farani estaria fazendo o papel de intermediária entre o militar e um potencial comprador.

Conversas

O diálogo veio à tona depois de a CPMI pedir acesso às conversas de funcionários da Ajudância de Ordens da Presidência no governo Bolsonaro. A descrição do relógio no e-mail coincide com o Rolex recebido pelo ex-presidente, em 2019, na visita que fez à Arábia Saudita.

 

Por nota, Farani confirmou o contato com Cid. “Com relação às informações divulgadas na imprensa acerca do relógio Rolex que o ex-assessor Mauro Cid teria tentado vender, esclareço que: 1) Exercia a função de secretariado executivo no Gabinete Pessoal da Presidência da República; 2) A pedido de Mauro Cid, por falar inglês, realizei uma pesquisa na internet para identificar possíveis compradores de relógio; 3) Apenas enviei os e-mails e, ao receber respostas, retransmiti ao endereço eletrônico de Mauro Cid; 4) Não tive conhecimento do desfecho de uma eventual negociação”.

 

 

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