A lista de favoritos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à próxima vaga a ser aberta no Superior Tribunal Federal (STF), com a aposentadoria da ministra Rosa Weber no fim de setembro, afunilou para dois nomes. Isso porque os recentes votos de Cristiano Zanin na corte chacoalharam a bolsa de apostas sobre o posto e provocaram revolta de movimentos de esquerda, advogados ligados ao PT e de parlamentares do partido.
No entanto, como apurou O Globo, a indignação com Zanin não foi suficiente para emplacar a campanha pela nomeação de uma mulher e sim para que uma ala do petismo tente aumentar as chances de outro candidato.
A dupla favorita de Lula é composta pelo atual advogado-geral da União, Jorge Messias e pelo presidente do Tribunal de Contas da União, Bruno Dantas.
Jorge Messias, 43 anos, conta com o apoio de aliados do presidente, como Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Aloizio Mercadante e Jaques Wagner. O grupo, de acordo com a publicação, procura capitalizar a pressão para que o presidente não nomeie “mais um conservador” em favor de Messias.
Do outro lado, dentro do governo Bruno Dantas, 45 anos, tem o apoio dos ministros Rui Costa e Alexandre Silveira, e do senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Ambos já “mostraram serviço” ao presidente da República – Messias acaba de divulgar um parecer da AGU favorável à exploração de petróleo na Amazônia, e Dantas suspendeu a concessão de crédito consignado atrelado ao Auxílio Brasil do Governo Bolsonaro, durante a campanha eleitoral.
Embora Messias seja evangélico, membro da Igreja Batista – o que poderia pesar contra ele no campo mais progressista — ele é filiado ao PT e assinou o programa de governo, além de ter implementado iniciativas para a inclusão de minorias na AGU.
Entre assessores e ministros de Lula no Palácio do Planalto há quem defenda a escolha de Bruno Dantas como uma forma de Lula fazer um “gesto ao mundo político” para contrabalançar a escolha “personalíssima” de Zanin para a primeira vaga.
Há outros candidatos no páreo. O ministro da Justiça, Flávio Dino, também costuma ser lembrado, mas tem se comportado de forma discreta, sem movimentos públicos que sugiram que ele é efetivamente candidato.
Ainda na fila estão o ministro do STJ Luis Felipe Salomão, defendido por Alexandre de Moraes, a desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) Simone Schreiber e a ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Regina Helena Costa.
Mas nenhum desses últimos tem relação pessoal nem a confiança de Lula, o que é tido como critério eliminatório no Palácio do Planalto.
Comentários Facebook