Foram condenados a mais de 200 anos de reclusão, quatro jovens apontados como autores da chacina ocorrida em 30 de outubro de 2021, no Sítio Pica-Pau, as margens da BR-101, próximo ao povoado de Montinho, em Itabela, que deixou seis vítimas fatais, dentre elas uma idosa e uma criança de 11 anos.
O CRIME – De acordo com a denúncia apresentada pelo Ministério Público, os condenados, na companhia de um adolescente, cometeram latrocínio (roubo seguido de morte). O crime com emprego de violência, que comoveu a região, resultou na morte de Soleni Araújo Souza das Mercês, de 66 anos; Aliete Souza das Mercês, de 46; Gean Vieira da Silva, de 42; Edson da Silva Pereira, de 42; Simoni Souza das Mercês, de 30; e de Raléria das Mercês Silva, de apenas 11 anos.
O crime ainda teve como vítimas uma mulher e suas quatro filhas de dois, um ano (gêmeas) e um bebê de um mês de vida, que sobreviveram a chacina.
MOTIVAÇÃO – Durante o julgamento, ocorrido no final do mês de agosto deste ano, ficou claro que o crime foi motivado pela intenção de roubar o valor de R$ 120 mil em espécie, que os criminosos acreditaram que uma das vítimas, Gean, teria recebido como herança. Um dos condenados, Antônio Carlos Santos Vasconcelos, que tinha 21 anos na época da chacina, é filho de uma advogada que havia sido contratada por uma das vítimas. A acusação apurou que o crime foi planejado e executado com base nas informações repassadas por Antônio a seus comparsas. Na época ele trabalhava no escritório de advocacia de sua mãe.
TESTEMUNHA – Em depoimento, uma das testemunhas, contou que no dia 30 de outubro de 2021, estava no Sítio Pica-Pau, na companhia de seus pais, sua avó, sua tia e de suas cinco filhas (11 anos, 1, as gêmeas de 2 anos e um bebê de 1 mês), um vizinho e um taxista amigo de seu pai, quando avistou um rapaz, que ela reconheceu ser Antônio, subindo o morro com uma arma na mão. Segundo a testemunha, Antônio fez disparos, atingindo o bico do seu seio direito e as costas de sua filha de 11 anos. Ela agarrou suas filhas menores e conseguiu se esconder no meio do pasto.
ACUSAÇÕES – Os réus Antônio Carlos Santos Vasconcelos, Luiz Feliphe Lira de Oliveira, Nathan Glaubert Santos de Jesus e Pauliran Souza da Silva Junior foram julgados por diversos crimes de latrocínio consumado por seis vezes (vítimas fatais); latrocínio tentado (sobrevivente); latrocínio tentado por quatro vezes em face das crianças sobreviventes; latrocínio e corrupção de menor (pela participação de um menor no crime, que está foragido).
SETENÇA – Na sentença – assinada pela juíza Tereza Júlia do Nascimento, da Vara Criminal de Itabela – os réus Antônio Carlos (apontado como mentor do crime) e Nathan receberam a maior pena, estipulada em 208 anos, 08 meses de reclusão e 194 dias-multa. Luiz Feliphe e Pauliran foram condenados a 199 anos e 08 meses de reclusão e 176 dias-multa.
Ainda na decisão, foi negado a todos o direito de recorrer em liberdade.
Por Bahiadiada
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