O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência, disse à Polícia Federal (PF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) atuou diretamente na discussão da elaboração de um decreto golpista para impedir a troca de governo após as eleições de 2022.
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Em delação à PF, Cid teria afirmado que Bolsonaro pediu para alterar parte da estrutura de um texto dado ao presidente por Filipe Martins, ex-assessor da Presidência. O decreto teria diversas páginas elencando supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo. A informação é do jornal O Globo.
De acordo com a reportagem, Cid teria dito que Bolsonaro manteve no decreto a convocação de novas eleições e o pedido de prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época.
Cid teria dito na delação que só soube do documento quando Martins lhe apresentou uma versão impressa e em formato digital para que fossem feitas as mudanças pedidas pelo ex-presidente. O próprio ex-assessor retornou dias depois com uma nova versão do texto e a alteração solicitada por Bolsonaro.
O tenente-coronel disse na delação que o ex-presidente concordou com a mudança feita na minuta e mandou chamar os comandantes das Forças Armadas para discutir a medida antidemocrática. A ideia não foi colocada em prática devido à falta de apoio tanto do general quanto do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior.
Em outro depoimento, Mauro Cid chegou a afirmar que Bolsonaro recebeu minuta de decreto para convocar novas eleições, que incluía a prisão de adversários.
Ao jornal, a defesa de Bolsonaro disse que não teve acesso à delação e, por isso, não pode comentar. A defesa de Filipe Martins não foi localizada.
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