As famílias que haviam sido retiradas de uma área em Porto Seguro, na Costa do Descobrimento, retornaram ao local neste domingo (8). No último dia 3 de outubro, 44 famílias foram despejadas em uma ação de reintegração de posse na localidade de Gleba Roça do Povo – Mangabeira, no Alto do Mundaí.
As famílias relataram que vivem na área há mais de 20 anos. A ação de despejo foi criticada por Weides Queiroz, presidente da Central de Associações das Comunidades Tradicionais, da Agricultura Familiar e Campesina da Bahia (Cecaf-BA).
“O despejo foi um flagrante desrespeito ao direito constitucional de moradia e trabalho digno. A área rural faz parte de uma gleba de terras que é objeto de Ação Discriminatória Judicial (nº 8000112-35.2016.8.05.0201) proposta pelo Estado da Bahia contra conhecidos grileiros e especuladores de Porto Seguro”, declarou.
Ainda segundo informações, o território em disputa abriga condomínios de luxo e moradias de alto padrão, além de projetos, como a construção de um novo aeroporto internacional da região.
“As famílias produziam alimentos e dão destinação social da terra, conforme diz a própria Constituição de 1988. Faz-se imprescindível a realização de ações no âmbito do estado, de modo a dar segurança e alento às famílias que tinham trabalho, moradia e alimento antes do cumprimento dessa malfadada reintegração de posse, que só beneficia pessoas poderosas e que, valendo-se de tal poder, manipulam o sistema judiciário em proveito próprio”, completou.
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