Guerra entre Israel e Hamas pode limitar crescimento econômico e aumentar inflação global

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A comunidade internacional se prepara para um possível alongamento da guerra Israel e o grupo palestino Hamas, o que foi admitido pelo premiê israelense Benjamin Netanyahu em pronunciamento nesta quinta-feira, 19, junto ao primeiro-ministro britânico Rishi Sunak. Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, o economista e doutor em relações internacionais, Igor Lucena, apontou que a escalada do conflito pode acarretar em consequências econômicas globais: ” Do ponto de vista econômico, o que vamos assistir agora é um período de indefinição. Os agentes econômicos, sejam eles investidores, empresários e pessoas que entendem o conflito como ameaça aos negócios estão bastante preocupados com quais serão as consequências de longo prazo (…) Tudo isso gera instabilidade nos mercados. De maneira prática, há o consenso de que esses conflitos podem, não só limitar o crescimento econômico do mundo, mas também contribuir até mesmo com o aumento da inflação global”. Para o economista, caso o Irã se envolva na guerra as consequências para o preço do petróleo podem ser catastróficas.

“Se o Irã de fato entrar diretamente, em até mais de US$ 30 pode subir o valor do barril de petróleo hoje, o que seria uma catástrofe. Agora, a gente está falando de tentativas de diversos países e essas visitas, tanto do presidente Joe Biden, quanto do do premiê Rishi Sunak, têm o objetivo claro de impedir que outras nações entrem no conflito e de fazer uma espécie de meio termo. Quando a gente olha dentro do mercado de títulos, a gente assistiu ontem os títulos de longo prazo da dívida americana chegarem em patamares históricos. Em parte isso tem a ver com o endividamento americano, que está muito alto, porém um dos pontos principais é que os efeitos da guerra começam a impactar os mercados de títulos. Então, bolsas vão começar a cair, há a possibilidade de que o crescimento de empresas de capital aberto fique limitado, que esse conflito dure muito mais do que se espera e que, além disso, países como os Estados Unidos vão ser forçados a gastar mais recursos e incorrer em mais dívidas”, explicou o especialista.

Lucena também opinou sobre as dificuldades diplomáticas que tem envolvido a abertura de corredores humanitários para a saída de refugiados. No enclave palestino há centenas de estrangeiros, incluído um grupo de cerca de 30 brasileiros que aguardam a abertura da fronteira de Rafah para embarcarem no avião presidencial, que chegou que chegou nesta quarta, 18, ao Egito. “Chama muito a atenção o fato de que nem a Jordânia e nem o Egito, países de maioria muçulmana, não quererem receber os palestinos. Eles entendem que há um risco geopolítico muito grande, por causa disso a situação fica muito mais séria. Vamos ter que esperar a próxima semana para uma nova resolução. Essa semana vai haver um debate dos países árabes, dentro de um conselho consultivo que existe dentro da região, e há uma divisão muito clara entre os países árabes que tentam mediar esse conflito e outros que são extremamente radicais contra Israel, como é o caso do Irã”, declarou. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

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