O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o conflito no Oriente Médio, entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas, não se trata de uma guerra, e sim de um “genocídio”. O chefe do Executivo federal voltou a criticar a morte de crianças e outros inocentes em decorrência dos bombardeios, em discurso nesta quarta-feira (25/10).
“É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Não se trata de ficar discutindo quem está certo ou errado, quem deu o primeiro tiro, ou o segundo. O problema é o seguinte: não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças, que não tem nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra”, frisou Lula.
A fala de Lula ocorreu durante evento com governadores e prefeitos no Palácio do Planalto, para lançar o Conselho da Federação. Clique aqui para ver o discurso.
“Sinceramente, eu não sei como o ser humano é capaz de guerrear, sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de crianças e inocentes. É um momento difícil”, seguiu.
Lula compara Rio e Faixa de Gaza Falando aos governadores, prefeitos e outros líderes reunidos, o chefe do Executivo frisou que os desafios que as regiões e estados do país enfrentam não se tratam de problemas pontuais, e sim impactam em todo o território brasileiro.
“Vivemos um momento em que o problema da seca no Amazonas não é um problema só dos estados da Amazônia, do Amazonas, do Amapá, do Acre. É um problema do Brasil”, declarou.
Nesse sentido, o petista citou especificamente a crise de segurança pública no Rio de Janeiro, e comparou a escalada de violência e a queima de ônibus na capital fluminense à Faixa de Gaza.
“O problema da violência no Rio de Janeiro, era muito fácil eu ficar vendo aquelas cenas que ontem apareciam na televisão, que parecia a própria Faixa de Gaza de tanto fogo, tanta fumaça, e dizer que é um problema do Rio de Janeiro, do Eduardo Paes, do governador. Não. É um problema do Brasil”, frisou.
Na última segunda-feira (23/10), 35 ônibus e um trem foram queimados na cidade do Rio em represália à morte do miliciano Matheus Rezende pela Polícia Civil. O sindicato das empresas de ônibus da cidade, Rio Ônibus, estima que o prejuízo do ataque aos coletivos possa chegar a R$ 35 milhões.
Ele seguiu: “É um problema nosso, que temos que encontrar a solução”. Segundo Lula, “cabe ao governo federal estar inteirado disso e compartilhar uma solução para este problema”.
Visita a Brasília Nesta quarta-feira (25), o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), está em Brasília para uma série de agendas. A participação dele no evento do Conselho da Federação, no Palácio do Planalto, chegou a ser anunciada pela assessoria do governo, mas Castro não compareceu à solenidade com o presidente da República.
Mais tarde, ele tem reuniões previstas com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Defesa, José Múcio.
A segurança pública no Rio foi reforçada com a ajuda da Polícia Federal, 300 agentes da Força Nacional e 86 viaturas.
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