Em pronunciamento no Dia da Consciência Negra, Barroso afirma que Judiciário terá tolerância zero com o racismo

Publicado:

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu ação antirracista no judiciário brasileiro em pronunciamento oficial nesta segunda-feira (20) – data em que é celebrado o Dia da Consciência Negra. 

 

O primeiro passo para combater o racismo estrutural vivenciado também pela Justiça, segundo Barroso, é a estruturação de um programa de bolsas de estudo visa contribuir para o ingresso de juízes negros nos quadros do Poder Judiciário.

 

O Diagnóstico Étnico-Racial do Poder Judiciário, produzido e divulgado pelo CNJ este ano, identificou a existência de apenas 1,7% de pessoas pretas na magistratura brasileira e 12% de juízes ou juízas pardas.

 

“Vamos capacitar milhares de pessoas para disputarem as vagas nos concursos da magistratura em melhores condições de competitividade”, garantiu o ministro. De acordo com o presidente, para isso, é preciso ampliar o acesso à educação de qualidade, ao mercado de trabalho e de consumo, aos cargos públicos e eletivos, bem como às posições mais elevadas em empresas privadas. “Esses são os caminhos da igualdade”.

 

Como parte da celebração desse dia no Judiciário, Barroso lembrou que trabalhar para o fim do racismo e do preconceito não é apenas a causa do povo negro, nem só do povo brasileiro, mas de toda humanidade: “dignidade, oportunidade e direito à felicidade para todos. Temos tolerância zero com o racismo”, disse.

 

O ministro ressaltou que apesar da diversidade da população brasileira, “nenhum sofreu mais” do que o povo negro. “Escravizados, vítimas de violências cruéis e entregues à própria sorte após a abolição da escravatura”, disse.

 

“São séculos de superação e resiliência em busca de respeito, igualdade e oportunidades. Nos últimos tempos, vimos procurando escrever uma nova história, com empatia, tirando o atraso, saldando dívidas. São milhões de pessoas que através de gerações deram a alma, o sangue e a vida para fazer um país melhor e maior. Frequentemente sem o reconhecimento devido e merecido”, completou.

 

“O Brasil é um país de paz, mas também de resistência. Percorremos um longo caminho, mas ainda há muito por fazer. O papel de todos nós é empurrar a história na direção certa. Como me disse certa vez uma maravilhosa juíza negra que trabalha comigo: a vida é uma festa para a qual todos fomos convidados e com direito a entrar pela porta da frente. Feliz Dia da Consciência Negra”, finalizou.

 

 

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Homem diz que lucra com o tráfico para sustentar filho em presídio

Um homem foi preso na noite de sábado, 23 de agosto, no bairro Canaã, em Arapiraca, Alagoas. Ele foi flagrado com...

Morre aos 93 anos cartunista Jaguar, um dos fundadores do icônico jornal O Pasquim

O cartunista Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido como Jaguar, faleceu neste domingo (24) aos 93 anos,...

Morre o cartunista Jaguar, um dos fundadores do Pasquim, aos 93 anos

Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, conhecido como Jaguar, faleceu aos 93 anos neste domingo, 24 de agosto....