MP da Reoneração passa imagem de imposição de agenda e não de diálogo, avalia Efraim Filho

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Mesmo em meio ao recesso parlamentar, deputados e senadores se movimentam para tentar derrubar a medida provisório do governo federal que determinou a reoneração gradual da folha de pagamento. Em entrevista à Jovem Pan News, o senador Efraim Filho (União) criticou a falta de diálogo do Executivo em relação à medida e avaliou que o governo tenta impor uma medida que não conta com apoio. “Se o governo quer realmente sinalizar diálogo com Congresso, o caminho, que nós já viemos defendendo desde o ano passado, seria enviar uma proposta de alteração de projeto de lei e não uma medida provisória. A MP passa uma imagem de imposição de agenda e não de diálogo. Porém, o governo procurou se blindar antes dessa situação, trazendo uma medida provisória não exclusiva com desoneração mas também trazendo outros temas da agenda econômica”, pontua. Efraim afirma que o desejo dos líderes do Congresso seria de devolver a medida provisória, mas como existem outros temas da agenda econômica dentro do texto, os parlamentares devem debater o assunto em maior profundidade com a retomada do trabalho parlamentar.

O senador também observa o desejo do governo de extinguir a desoneração da folha, mas que isso aumenta o custo do emprego no Brasil. “O projeto da desoneração da folha de pagamento que tem esse nome técnico, árido, mas na verdade ele é um projeto dialoga com a vida real das pessoas. É garantia do emprego para quem trabalha, é redução de carga tributária para quem produz, então por isso que o governo ficou isolado nessa discussão. Ele é um projeto de ganha-ganha”, afirmou. Efraim também compartilha que a intenção dos parlamentares é ampliar a medida para todos os setores, mas prorrogaram o benefício existente enquanto não é possível ainda expandir o modelo. O senador afirma ainda que, na próxima semana, senadores devem ser reunir para derubar a medida provisória do governo.

“A verdade é que o governo deixou a desoneração tramitar por 10 meses no Congresso, os líderes do governo votaram a matéria, apoiaram a matéria e depois o governo vem com o veto. Não satisfeito, o Congresso Nacional derruba o veto e agora, com a medida provisória, o que acontece é que o governo está querendo inovar e fazer a derrubada da derrubada do veto. E isso gerou uma repercussão muito ruim no Congresso, muito negativa. O governo tentando impor uma agenda através de medida provisória, ao qual ele não teve votos para sustentar em Plenário, e isso realmente tem gerado essa reação. Acredito que o ministro Fernando Haddad fica em dificuldade para manter o seu texto na medida provisória. E, a partir da semana que vem, os líderes se reúnem com o Rodrigo Pacheco, ou para estimular a devolução da medida provisória ao governo, ou então para guardar A retomada dos trabalhos em fevereiro e fazer a votação, que acredito que terá votos suficientes para a derrubada da medida no Plenário”, afirmou o senador. Veja a entrevista completa:

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