São Paulo – Organizadores de blocos de Carnaval reclamam do horário determinado pela Prefeitura de São Paulo para o encerramento dos desfiles de rua. O limite estabelecido pela administração municipal foi de 18h, com tolerância de até uma hora para a dispersão total dos foliões.
Além disso, grupos reivindicam distribuição de água em pontos que vão concentrar os desfiles e blocos, por conta das ondas de calor que têm atingido toda a cidade. De acordo com a prefeitura, a capital vai ter 637 desfiles oficiais, feitos por 579 blocos em todas as regiões das subprefeituras.
Representante do bloco Baixo Augusta — o maior da cidade — e ex-secretário de Cultura da gestão Bruno Covas (PSDB), Ale Youssef publicou um vídeo nas redes sociais criticando a gestão Ricardo Nunes (MDB) sobre o horário dos desfiles.
“Quem faz a folia em São Paulo está chocado com o horário de término dos desfiles imposto pela prefeitura. Seis da tarde não faz o menor sentido e fere a espontaneidade do Carnaval, o direito de flanar pela cidade, encontrar beleza e a identidade que caracterizam a nossa maior festa da cultura popular. É bizarro também porque em todos os centros carnavalescos do Brasil existe a previsibilidade para que os blocos aconteçam também à noite”, disse.
“Quer posar de capital do Carnaval? Então organiza para que a festa seja completa. O pior sabe o que é? É a incoerência da cidade que é uma capital da cultura, que tem a noite mais agitada do Brasil, que faz a Virada Cultural, um evento que dura 24 horas, não permitir que o Carnaval aconteça à noite”, afirmou.
“Ouço por aí que isso é em função do medo dos governantes em relação à insegurança pública. Se for isso, mais uma vez, tentam jogar no colo do Carnaval e da cultura popular uma responsabilidade que não é nossa. A insegurança existe, está aí e ela precisa de medidas concretas para combater. Mas impedir a nossa maior festa da cultura popular de acontecer é não entregar o trabalho. Carnaval até as 18 horas não rola”, completou Youssef.
Calor e distribuição de água no Carnaval A Comissão Feminina do Carnaval de Rua de São Paulo manifestou preocupação com as altas temperaturas e participou de uma reunião junto à Secretaria das Subprefeituras, conforme nota publicada nas redes sociais.
O grupo reivindicou distribuição de água para a população e mencionou, inclusive, a morte de uma jovem de 23 anos durante o show da cantora Taylor Swift, no Rio de Janeiro, em novembro do ano passado.
“Com a notícia da morte de uma pessoa em um show privado com público bem mais reduzido, surge o alerta que já vem sendo colocado há muitos anos pelos coletivos, associações e entidades organizadoras do carnaval”, escreveu.
“É necessária parceria com a Sabesp e/ou empresas que patrocinam o carnaval para investir na segurança dos foliões diante de uma situação climática crítica. Não podemos arriscar vidas na festa que celebra a vida.”, afirmou a organização, em nota.
O Metrópoles questionou a Prefeitura de São Paulo sobre o horário de encerramento dos desfiles e a distribuição de água, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto para manifestações.
Comentários Facebook