“Não consigo dormir”, diz pai de Henry, bebê de 1 ano morto pela mãe

Publicado:

Desde 19 de janeiro, que as noites de Gerson Darlan de Oliveira, 32 anos, não são as mesmas. Todas as noites, tem o sono interrompido pela memória da tragédia que aconteceu com o filho Henry Sousa de Oliveira, morto com 1 ano e 9 meses. Na segunda-feira (4/3), a Polícia Civil do Distrito Federal concluiu o inquérito apontando que o bebê foi assassinado pela própria mãe, Lucimaria de Sousa Barbosa.

Em depoimento, Lucimaria confessou ter empurrado a criança com muita força, fazendo com que o bebê batesse a cabeça na parede. Para Gerson, a constatação da violência materna ainda é difícil de aceitar. “Tem dias que não acredito”, comentou.

“É difícil demais. Tenho uma filha de 10 anos e nunca bati nela. Nunca tinha levantado a mão para o filho e agora ele está morto após uma agressão”, detalhou. Gerson pretende procurar, ainda, a Defensoria Pública do DF para ajudar no caso. “Ela fala que ele bateu a cabeça, mas ele tinha outros hematomas”.

De acordo com o laudo cadavérico, Henry apresentava lesões pelo corpo e traumatismo crânio-encefálico por ação contundente, uma pancada por exemplo. “Ele estava com o tórax machucado, marcas nas duas pernas”, disse o pai.

“No mínimo, ela foi omissa, porque só pediu o socorro horas depois, quando ele já tinha morrido”, contou. “Ela tem outros filhos e nunca a vi ser violenta com eles. Me chamou muita atenção saber que agrediu meu filho”.

Dia da morte No primeiro depoimento, a mãe alegou que o menino tinha ido dormir na noite anterior sem apresentar nenhuma anormalidade. Por volta das 5h40, ela foi trocar a fralda do menino, mas ele já apresentava pele fria, boca e extremidades arroxeadas e sem batimentos cardíacos.

A mulher ligou para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e foi orientada a fazer massagem cardíaca na criança, mas não teve sucesso. O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) também foi acionado, mas a criança já foi declarada como morta.

Padrasto solto Em 20 de fevereiro, o padrasto de Henry teve a prisão temporária revogada a pedido da PCDF. Wildemar de Carvalho Silva não foi mais apontado como suspeito pela morte do bebê.

Na época, a  soltura de Wildemar chocou o pai de Henry Gerson Darlan de Oliveira, 32 anos, que pedia pela condenação do padrasto e da ex-mulher pela morte do filho. “Achei estranho e estou indignado”, disse Gerson.

Gerson foi avisado da morte do filho apenas com uma mensagem da ex-namorada. “Era só a frase ‘Henry morreu’. Fui correndo para o hospital para ver, mas ele já tinha morrido antes mesmo do socorro dos bombeiros”, contou.

Mãe nega intenção Segundo o delegado-chefe da 31ª Delegacia de Polícia (Planaltina), Fabrício Augusto, a mãe nega ter tido a intenção de matar a criança. “Porém, diante das circunstâncias, entendemos que ela assumiu o risco de produzir o resultado quando exagera na força e lesiona a criança e não a socorre imediatamente”.

A prisão de Lucimaria foi convertida de temporária para preventiva. Ela pode pegar até 30 anos de reclusão.

Dias antes da morte, a criança apresentava marcas roxas abaixo dos olhos. A mãe teria justificado à polícia que se tratava de alergia e que chegou a levar o filho ao Hospital Regional da Asa Norte 10 dias antes da morte da criança.

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Bolsonaro pede autorização do STF para fazer exames médicos

O ex-presidente Jair Bolsonaro fez um pedido formal ao Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando autorização para realizar exames médicos. Ele busca reavaliar sintomas...

Haddad defende taxação maior das bets durante debate sobre MP que aumentará arrecadação em R$ 10 bilhões

As casas de apostas, conhecidas como “bets”, estão na mira do governo federal, que considera fundamental uma tributação compatível com seu faturamento —...

Esposa de ex-presidente destituído da Coreia do Sul é presa

Em um momento impactante na política sul-coreana, Kim Keon Hee, ex-primeira-dama da Coreia do Sul, foi presa sob suspeitas de tráfico de influência,...