A Índia iniciou nesta sexta-feira (19) as eleições de seis semanas que têm o primeiro-ministro nacionalista Narendra Modi como favorito, diante de uma oposição enfraquecida e relegada ao segundo plano. Ele deve conseguir o terceiro mandato consecutivo. As pesquisas de opinião são raras na Índia, mas uma sondagem do instituto Pew divulgada no ano passado mostrou que quase 80% da população tem uma opinião favorável do primeiro-ministro. A votação para renovar os 543 membros da Câmara baixa acontecerá em sete etapas, até 1º de junho. A apuração está prevista para o dia 4 daquele mês, quando os resultados serão divulgados. Quase 970 milhões de pessoas estão habilitadas a votar nas maiores eleições do mundo, que acontecem no país que desbancou a China como o mais populoso do planeta. O atual premiê indiano pediu aos eleitores que “exerçam o seu direito de voto em número recorde”. “Cada voto conta e cada voz importa”, afirmou na rede social X.
O premiê também falou sobre esse primeiro dia de votação. “Primeira fase, ótima resposta! Obrigado a todos aqueles que votaram hoje. Obtendo um feedback EXCELENTE da votação de hoje”, escreveu. “É claro que as pessoas em toda a Índia estão votando a favor da NDA em números recordes. Índia inicia eleições com premiê como favorito”, acrescentou. Em uma mensagem na plataforma X, o partido opositor fez um apelo aos cidadãos para que “acabem com a inflação, o desemprego, o ódio e a injustiça” com o seu voto. O primeiro-ministro, 73 anos, goza de grande popularidade após uma década no cargo, durante a qual a Índia emergiu como potência econômica e aumentou sua influência diplomática. Seu mandato, pelo Partido Bharatiya Janata (BJP), também se caracterizou por uma tentativa de alinhar a política do governo com a religião maioritária do país, o hinduísmo. A popularidade de Modi entre os fiéis hindus resultou em grandes vitórias do BJP nas eleições de 2014 e 2019.
Mandatos de Modi
Sob a liderança de Modi, a Índia ultrapassou o Reino Unido, antiga potência colonial, como quinta potência econômica mundial. No atual cenário, o gigante do sul da Ásia também é cortejado por nações ocidentais como possível aliado diplomático e econômico contra a China, seu rival regional. Essa aproximação ignora com frequência as restrições recentes à imprensa e aos direitos civis que levaram grupos como a Anistia Internacional a reduzir suas operações na Índia. Durante o mandato de Modi, observou-se “um padrão de repressão para minar a democracia e o espaço cívico”, denunciou o grupo Civicus em relatório divulgado na quarta-feira. “Modi prendeu alguns líderes da oposição e não gosto disso”, afirmou Birong Karma, um agricultor de 35 anos do distrito de Bastar, no coração florestal da Índia.
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