Supremo tem 5 votos a favor da Lei das Estatais

Publicado:

O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não concluiu o julgamento sobre as restrições a indicações políticas previstas na Lei das Estatais, mas tudo indica que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve conseguir uma vitória importante. A maioria dos ministros sinalizou que, independentemente do resultado da votação, o governo não precisará rever indicações passadas. Com isso, dirigentes de empresas importantes serão poupados, como os do Banco do Brasil, dos Correios, do Banco do Nordeste, da Caixa Econômica e da Petrobras.

Até a conclusão do julgamento, vale a liminar do ministro aposentado Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Lula, que abriu caminho para o presidente fazer as indicações livremente. A decisão vigora desde março de 2023. O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, que teve a indicação questionada, tomou posse no cargo em fevereiro de 2023. O placar de ontem foi de 5 votos para considerar constitucionais as restrições para a indicação de políticos à direção de estatais e 2 contra.

‘INSTABILIDADE’

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, afirmou que a substituição de dirigentes que já estão nos cargos poderia criar uma “instabilidade indesejável” e prejudicar a continuidade de políticas públicas vigentes. A proposta foi costurada pelo ministro Dias Toffoli, que antecipou o voto ontem e declarou que todas as indicações formalizadas na vigência da liminar são hígidas. “Quem foi indicado e aprovado com base na liminar tem a continuidade garantida.”

A Lei das Estatais foi aprovada em 2016 e veda indicações de ministros de Estado, secretários estaduais e municipais, dirigentes de partidos políticos, servidores comissionados do alto escalão da administração pública e representantes de agências reguladoras. Também impõe uma quarentena de 36 meses para quem tiver participado de campanha política. Os ministros analisam uma ação movida pelo PCdoB contra as restrições. O julgamento será retomado hoje.

DIVISÃO

Até o momento, há duas correntes em disputa no STF. Uma parte considera que a legislação é um avanço na governança de empresas públicas e reduz interferências indevidas nessas instituições. É o caso, por exemplo, do ministro André Mendonça. “A Lei das Estatais foi fundamental para a melhoria da qualidade da governança pública, para a prevenção de ilícitos neste âmbito”, defendeu o ministro.

Outra parcela avalia que a lei penaliza cidadãos envolvidos em atividades políticas. “Não existe canonização por concurso público nem demonização pela participação política. É falsa a ideia de que indicação ‘técnica’ resultará em padrão mais alto de probidade do que indicação política”, disse o ministro Flávio Dino.

Leia Também: Haddad abre negociação e se compromete a apresentar proposta de reoneração até quinta

 

 

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Filipe Luís avalia peso de erros na briga pelo título do Brasileirão

Na 32ª rodada do Campeonato Brasileiro, o São Paulo e o Flamengo empataram em 2 a 2 nesta quarta-feira, na Vila Belmiro, em...

Número de mortos em explosão de avião de carga nos EUA sobe para 12

O número de mortos na queda de um avião de carga da UPS em Louisville, Kentucky, subiu para 12, de acordo com autoridades...

Mano Menezes avalia postura do Grêmio após derrota para o Cruzeiro

Na última quarta-feira (5/11), o Grêmio enfrentou o Cruzeiro em um confronto pela 32ª rodada do Campeonato Brasileiro. Infelizmente, o Tricolor Gaúcho saiu...