Leila Pereira, presidente do Palmeiras, vai emprestar seu avião para levar doações ao Rio Grande do Sul, que passa pela maior catástrofe climática de sua história. No sábado (11), a aeronave vai transportar cerca de 2,5 toneladas de alimentos e produtos de necessidade básica para o Estado. O avião, que a empresária comprou no ano passado para uso dos atletas e da comissão técnica, saiu da manutenção recentemente e não foi usado pelo elenco do Palmeiras neste ano. A decolagem será feita de Congonhas e o pouso provavelmente será em Canoas, já que o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, está fechado por tempo indeterminado devido às enchentes na região.
Segundo o Palmeiras, todas as doações recebidas no jogo de domingo (5), contra o Athletico-PR, em Barueri, e nos postos de coleta disponibilizados no Allianz Parque, centros de treinamento do clube, lojas Palmeiras Store e escolas de futebol, serão levadas a cidades gaúchas no avião que pertence a Leila Pereira. Os atletas jogarão com um QR Code na camisa na partida desta quinta-feira (9), contra o Liverpool, em Montevidéu, no Uruguai, pela Libertadores. As doações por meio desse código serão destinadas à ONG “Ação da Cidadania”.
O Palmeiras também afirmou que toda a renda líquida que ganhará no duelo com o Athletico-PR será destinada às vítimas das chuvas. O clube foi um dos que pôs à disposição sua estrutura para os times gaúchos retomarem suas atividades quando for possível. Grêmio, Inter e Juventude agradeceram a gentileza, mas negaram deixar o Estado neste momento para treinar e jogar. O trio quer que o Brasileirão seja paralisado, mas a ideia foi rejeitada pela CBF, que decidiu pelo adiamento dos jogos das três equipes por um período de 20 dias.
O desastre ambiental e a crise humanitária seguem em curso no Rio Grande do Sul, com quase 1,5 milhão de afetados e aumento do número de municípios atingidos dia a dia, com 425 das 497 cidades gaúchas impactadas. Ao menos 164,5 mil gaúchos estão desalojados.
A sucessão de chuvas extremas, deslizamentos, vendavais e enchentes bloquearam centenas de vias, rodovias, pontes e acessos diversos pelo Estado. Segundo o último boletim divulgado pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, 107 pessoas morreram e pelo menos 136 estão desaparecidas no Estado.
A destruição deixou municípios praticamente inteiros debaixo d’água. Onde as cheias baixaram, a devastação começa a ficar ainda mais evidente, como no Vale do Taquari, porém há previsão de novos temporais e repique nas cheias a partir desta sexta-feira. Grande parte dos municípios vivem crise no abastecimento de água, energia e mantimentos.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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