Após ataque hacker, site de Eduardo Bolsonaro mostra Lula na praia

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Após sites de deputados a favor do PL do Aborto serem derrubados, a página de Eduardo Bolsonaro teve conteúdos apagados para exibir um tuite antigo de Lula (PT), com a foto do presidente da República na praia, sem camisa.

Os ataques virtuais aos políticos de direita começaram neste sábado (15/6) em ação contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que equipara o aborto ao crime de homicídio.

Deputados federais favoráveis ao texto, como Bia Kicis (PL-DF), Ju?lia Zanatta (PL-SC), Greyce Elias (Avante-MG), Delegado Ramagem (PL-RJ) e Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), ficaram com sites temporariamente fora do ar. No caso de Eduardo Bolsonaro, a página pode ser acessada, mas mostra um tuite antigo de Lula ironizando o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O tuite, de 13 de julho de 2018, ironizava uma curtida de Eduardo Bolsonaro à foto do petista na praia, sem camisa. “Nossos fãs não param de crescer. Siga o Lula no Instagram”, dizia o post. Veja:

 

Ataque hacker ao site de Eduardo Bolsonaro Uma conta no X, antigo Twitter, assumiu o ataque hacker: “Em apoio aos #AtosContraPL1904 estamos trabalhando para deixar sem site os deputados que disseram sim ao PL. Até o momento mais de 10 sites já foram derrubados e a lista só vai aumentar! [sic]”.

6 imagensFechar modal.1 de 6Conta no X, antigo Twitter, assumiu derrubada

Reprodução2 de 6Site da deputada Greyce Elias

Reprodução3 de 6Site de Bia Kicis

Reprodução4 de 6Site do deputado Delegado Paulo Bilynskyj

Reprodução5 de 6Site de Ju?lia Zanatta

Reprodução6 de 6Site do Avante

Reprodução O PL que envolve a polêmica é o 1.904/2024. O texto altera o Código Penal e estabelece a aplicação de pena de homicídio simples nos casos de aborto em fetos com mais de 22 semanas nas situações em que a gestante provoque o aborto em si mesma ou consente que outra pessoa lhe provoque. Neste caso, a pena passa de prisão, de 1 a 3 anos, para 6 a 20 anos.

Se o aborto for provocado por terceiro com ou sem o seu consentimento, a pena para quem realizar o procedimento com o consentimento da gestante passa de 1 a 4 anos para 6 a 20 anos, mesma punição para quem realizar o aborto sem consentimentos, atualmente fixada de 3 a 10 anos.

Lula chama texto de “insanidade” Após dias de silêncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou, neste sábado (15/6), sobre o Projeto de Lei nº 1.904/24. Para o petista, é uma “insanidade” punir a vítima com pena maior que a do criminoso.

“Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior do que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso”, frisou Lula.

Esta é a primeira declaração do presidente sobre o PL do Aborto. Isso porque, na quarta-feira (12/6), a Câmara dos Deputados aprovou, “às escuras”, o requerimento de urgência do texto que equipara o aborto em fetos com mais de 22 semanas ao crime de homicídio simples.

“Sinceramente, a distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil. Quando eu voltar, tomarei ciência disso. Tenho certeza que o que a gente tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada [nesses casos], para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito à vítima. É isso que precisa ser feito”, continuou.

“Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima tem de ser punida com mais rigor do que estuprador, ela não é séria. Sinceramente, não é séria”, criticou.

Ato em São Paulo Aos gritos de “fora Lira, não ao PL 1.904” e de “criança não é mãe, estuprador não é pai”, cerca de 1,1 mil pessoas fecharam neste sábado uma das pistas da Avenida Paulista, em São Paulo, em frente ao Masp, para protestar contra o projeto de lei.

10 imagensFechar modal.1 de 10Arthur Lira foi o principal alvo dos manifestantes

Theo Saad/Metrópoles2 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles3 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles4 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles5 de 10Ligia Mendes, servidora pública municipal da saúde, em protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles6 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles7 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles8 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles9 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles10 de 10Letícia Freitas, 32 anos, advogada, em protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio

Theo Saad/Metrópoles O ato de protesto foi organizado pela Frente Nacional Pela Legalização do Aborto, com o apoio de outras 50 instituições e coletivos, como a Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras, Minha Sampa, Coletivo Rua, Coletivo Juntas e Coletivo Saúde e Sexualidade, entre outros.

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