Sites de deputados a favor do PL do Aborto foram derrubados neste sábado (15/6) após um possível ataque hacker. Uma conta no X, antigo Twitter, assumiu a ação: “Em apoio aos #AtosContraPL1904 estamos trabalhando para deixar sem site os deputados que disseram sim ao PL. Até o momento mais de 10 sites já foram derrubados e a lista só vai aumentar! [sic]”.
Com o ataque, Bia Kicis (PL-DF), Greyce Elias (Avante-MG), Delegado Ramagem (PL-RJ) e Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) ficaram com sites temporariamente fora do ar. O hacker mira parlamentares que têm se manifestado a favor do Projeto de Lei nº 1.904//2024, que equipara o aborto ao crime de homicídio.
5 imagensFechar modal.1 de 5Conta no X, antigo Twitter, assumiu derrubada
Reprodução2 de 5Site da deputada Greyce Elias
Reprodução3 de 5Site de Bia Kicis
Reprodução4 de 5Site do deputado Delegado Paulo Bilynskyj
Reprodução5 de 5Site do Avante
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O texto altera o Código Penal e estabelece a aplicação de pena de homicídio simples nos casos de aborto em fetos com mais de 22 semanas nas situações em que a gestante provoque o aborto em si mesma ou consente que outra pessoa lhe provoque. Neste caso, a pena passa de prisão, de 1 a 3 anos, para 6 a 20 anos.
Se o aborto for provocado por terceiro com ou sem o seu consentimento, a pena para quem realizar o procedimento com o consentimento da gestante passa de 1 a 4 anos para 6 a 20 anos, mesma punição para quem realizar o aborto sem consentimentos, atualmente fixada de 3 a 10 anos.
Lula chama texto de “insanidade” Após dias de silêncio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se pronunciou, neste sábado (15/6), sobre o Projeto de Lei nº 1.904/24. Para o petista, é uma “insanidade” punir a vítima com pena maior que a do criminoso.
“Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é a realidade, a gente precisa tratar o aborto como questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher numa pena maior do que o criminoso que fez o estupro. É no mínimo uma insanidade isso”, frisou Lula.
Esta é a primeira declaração do presidente sobre o PL do Aborto. Isso porque, na quarta-feira (12/6), a Câmara dos Deputados aprovou, “às escuras”, o requerimento de urgência do texto que equipara o aborto em fetos com mais de 22 semanas ao crime de homicídio simples.
“Sinceramente, a distância, não acompanhei o debate muito intenso no Brasil. Quando eu voltar, tomarei ciência disso. Tenho certeza que o que a gente tem na lei já garante que a gente aja de forma civilizada [nesses casos], para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito à vítima. É isso que precisa ser feito”, continuou.
“Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima tem de ser punida com mais rigor do que estuprador, ela não é séria. Sinceramente, não é séria”, criticou.
Ato em São Paulo Aos gritos de “fora Lira, não ao PL 1.904” e de “criança não é mãe, estuprador não é pai”, cerca de 1,1 mil pessoas fecharam neste sábado uma das pistas da Avenida Paulista, em São Paulo, em frente ao Masp, para protestar contra o projeto de lei.
10 imagensFechar modal.1 de 10Arthur Lira foi o principal alvo dos manifestantes
Theo Saad/Metrópoles2 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles3 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles4 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles5 de 10Ligia Mendes, servidora pública municipal da saúde, em protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles6 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles7 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles8 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles9 de 10Protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles10 de 10Letícia Freitas, 32 anos, advogada, em protesto na avenida Paulista contra o Projeto de Lei nº 1.904/2024, que pretende equiparar as penas de aborto e homicídio
Theo Saad/Metrópoles O ato de protesto foi organizado pela Frente Nacional Pela Legalização do Aborto, com o apoio de outras 50 instituições e coletivos, como a Rede Feminista de Ginecologistas e Obstetras, Minha Sampa, Coletivo Rua, Coletivo Juntas e Coletivo Saúde e Sexualidade, entre outros.
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