O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu que os membros da corte possam ter diálogo com empresários ao afirmar que há conversas dos magistrados com muitos outros setores da sociedade. Ele disse também que há certa “implicância” com ele e os colegas.
A fala de Barroso foi durante o programa Roda Viva da TV Cultura, na noite desta segunda-feira (10/6), quando ele foi perguntado sobre o contato de ministros do STF com empresários.
O exemplo utilizado foi o do ministro Dias Toffoli, que viajou para a Europa e, entre outros compromissos, assistiu à final da Champions League. A viagem resultou em gastos de segurança.
“A história do camarote não foi um evento institucional, foi um evento privado. Ele foi assistir a um jogo de futebol. Ele escolheu para a vida privada dele, pelos gostos dele, de assistir a um jogo de futebol”, disse.
Ainda na sequência, Barroso disse que a questão central é o posicionamento do ministro diante de pautas de interesses privados. “É preciso saber se ele atendeu a algum interesse desse empresário, eu acho que evidentemente não, portanto, eu acho que há uma certa implicância.”
Transparência Barroso sustentou ainda que há transparência de gastos e da agenda dos membros do STF. O presidente da corte afirmou que “não se deve distinguir entre evento público e evento privado”. Ele pontuou ainda que os ministros precisam andar com a segurança pública mesmo em eventos privados, pois, independente da situação, uma eventual agressão traria os mesmos “danos institucionais”.
A respeito da divulgação da agenda privada, mas que implique em gastos públicos, o presidente do STF afirmou que abre parte da própria agenda pessoal, mas quem nem tudo deve ser publicizado.
Os contatos de ministros do STF com empresários que têm ações de interesse na corte suprema têm sido cada vez mais questionados na imprensa e pela opinião pública, sejam eles em eventos patrocinados ou encontros diretos.
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