Benny Gantz, membro do gabinete de guerra israelense liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, renunciou ao cargo, neste domingo (9), na sequência de desentendimentos com o premiê sobre um cenário pós-guerra na Faixa de Gaza. “[Benjamin] Netanyahu está nos impedindo de avançar para uma vitória real. E é por isso que deixamos o governo de emergência, com o coração pesado”, disse Gantz, de 65 anos, em um discurso transmitido pela televisão. Gantz, crítico de Netanyahu, havia dado um prazo – 8 de junho – para o governo articular uma solução para o conflito. Apesar da renúncia de Gantz, Netanyahu ainda mantém uma maioria no parlamento israelense, contudo representa o rimeiro golpe político para Netanyahu, oito meses após o início da guerra contra o Hamas em Gaza. O primeiro-ministro está cada vez mais dependente de seus aliados de extrema-direita.
Minutos após o anúncio, Netanyahu instou Gantz a não “abandonar” a luta. “Israel está envolvido em uma guerra existencial em várias frentes. Benny, não é o momento de abandonar a luta, é o momento de unir nossas forças”, escreveu o primeiro-ministro na rede social X. Gantz, ex-chefe militar, uniu-se ao governo de Netanyahu após um ataque do Hamas em outubro, em um gesto de unidade. A presença de Gantz no governo aumentou a credibilidade de Israel perante parceiros internacionais, especialmente os Estados Unidos.
O ex-ministro da Defesa, ele era conhecido por suas boas relações de trabalho com autoridades americanas. O agora ex-membro do gabinete de guerra exigia que o gabinete de guerra adotasse um “plano de ação” sobre o cenário pós-guerra na Faixa de Gaza, sem o qual ele seria “forçado a renunciar ao governo”. O ex-líder do partido União Nacional (centro) aparece como favorito para formar um governo de coalizão caso Netanyahu caia e eleições antecipadas sejam convocadas.
*Com informações da AFP
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