Biden admite erro em pedir que Trump fosse um ‘alvo’ e vê campanha virar de ponta-cabeça após atentado

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O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou nesta segunda-feira (15) que havia cometido um “erro” ao pedir que Donald Trump fosse colocado no “centro do alvo” dias antes da tentativa de assassinato de seu adversário nas eleições. “Foi um erro usar a palavra”, disse Biden na Casa Branca ao entrevistador Lester Holt da emissora NBC, quando este lhe perguntou se não tinha ido longe demais com sua narrativa. “Queria dizer colocar o foco sobre ele, no que está fazendo”, explicou o mandatário. A tentativa de assassinato de Trump virou de cabeça para baixo a campanha de Biden, obrigando o presidente a reduzir a intensidade de seus ataques ao mesmo tempo em que precisa ligar com seus próprios problemas políticos. O apelo do presidente dos EUA para “baixar a temperatura” após os tiros disparados contra Trump o priva, pelo menos por enquanto, de sua estratégia de atacar seu antecessor e tratá-lo como uma ameaça para a democracia americana.

Após o ataque a tiros de sábado (13), os republicanos passaram a acusar Biden de criar as condições políticas que levaram um atirador a tentar matar Trump, ignorando o histórico de apelos à violência de seu próprio candidato. “Não estou envolvido nessa retórica. Agora, meu adversário está, ele [Trump] fala de como haverá um banho de sangue quando perder”, acrescentou. “Como se fala de ameaça à democracia, que é real, quando um presidente diz coisas como ele [Trump] diz. Você simplesmente não fala nada porque pode incitar alguém?”, questionou o presidente à NBC. O democrata de 81 anos também aproveitou a entrevista para defender sua candidatura apesar dos pedidos de membros de seu partido para que se retire da disputa. “Estou velho”, disse Biden. “Mas sou apenas três anos mais velho do que Trump. E minha acuidade mental é muito boa”, disse. “Continuarei a falar com firmeza em defesa de nossa democracia, defendendo nossa Constituição e o Estado de Direito, pedindo ação nas urnas e que não haja violência em nossas ruas”, acrescentou.

A crise democrata sobre a idade de Biden após o debate dominou a campanha nas últimas semanas, mas com os tiros de sábado, a revolta sobre sua candidatura ficou abruptamente silenciosa. Biden também tentou dar um tom presidencial ao atentado, reagindo rapidamente no sábado e dirigindo-se à nação no domingo em um terceiro discurso no Salão Oval durante sua presidência. O atentado pode unir os democratas, mas também pode condenar a candidatura à reeleição de Biden, já que ele está em desvantagem na maioria das pesquisas, e as icônicas imagens de um Trump ensanguentado levantando o punho após ser alvo de tiros aumentam as esperanças republicanas de uma vitória esmagadora em novembro.

*Com informações da AFP
Publicado por Sarah Américo

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