Bangladesh decreta toque de recolher e mobiliza militares após invasão a prisão e libertação de prisioneiros

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O Bangladesh enfrenta uma crise com a invasão de uma prisão e a libertação de centenas de detentos, desencadeando distúrbios que resultaram em pelo menos 105 mortes até o momento. Os protestos têm sido intensos, com manifestações em massa na capital, Daca, mesmo após a proibição de encontros públicos pela polícia. Esses eventos representam um desafio sem precedentes ao governo autocrático da primeira-ministra Sheikh Hasina, que está no poder há 15 anos. Os manifestantes, em sua maioria estudantes, invadiram uma prisão no distrito de Narsingdi, região central do país, libertando os presos antes de incendiar o local, de acordo com relatos de um policial.

A polícia de Daca reagiu proibindo todas as reuniões públicas durante o dia, em um esforço para conter a violência e os distúrbios, uma medida extrema tomada pela primeira vez desde o início dos protestos. A força policial local relatou que mais da metade das mortes ocorridas nesta semana foram causadas por disparos policiais, em meio aos confrontos. Além disso, houve relatos de incêndios e vandalismo em escritórios do governo, incluindo a sede da Bangladesh Television em Daca, que permaneceu fora do ar após ser atacada por estudantes.

A situação se agravou, com os distúrbios se espalhando por 26 dos 64 distritos do Bangladesh. Os protestos, iniciados no início de julho, têm como demanda principal a igualdade no recrutamento de funcionários públicos, contestando o atual sistema de cotas que acreditam favorecer os filhos de grupos pró-governo. Diante desse cenário, o país decretou toque de recolher e mobilizou as forças militares para conter a escalada de protestos, depois que a polícia local impôs a proibição de encontros públicos como tentativa de conter os tumultos.

A mobilização das forças armadas foi intensificada após os confrontos desta sexta-feira, que se tornaram mais violentos. O governo destacou a necessidade de restaurar a ordem e a segurança, diante do caos que se instalou em diversas regiões do país. O cenário de tensão e instabilidade política tem gerado preocupações crescentes tanto internamente quanto no cenário internacional, que observa com atenção os desdobramentos da crise no Bangladesh.

Com informações da Agence France-Presse (AFP), os desdobramentos desse cenário desafiador continuam a se desenvolver, com a população aguardando por medidas eficazes para restabelecer a calma e a ordem no país. A crise atual representa um dos maiores desafios enfrentados pelo governo da primeira-ministra Sheikh Hasina desde que assumiu o poder, demandando respostas urgentes para conter a onda de protestos e garantir a estabilidade no Bangladesh.

Publicado por Sarah Américo

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