Corte Internacional de Justiça ordena que Israel encerre a ocupação ilegal dos territórios palestinos o mais rápido possível

Publicado:

A Corte Internacional de Justiça (CIJ) determinou nesta sexta-feira (19) que a longa presença de Israel nos territórios palestinos é considerada “ilegal” e enfatizou a necessidade de que seja encerrada “o mais rápido possível”. Nawaf Salam, o juiz que preside o tribunal, declarou que “O Estado de Israel tem a obrigação de encerrar sua presença ilegal nos Territórios Palestinos ocupados o mais rapidamente possível”, após cerca de cinquenta países opinarem durante um caso sem precedentes. Desde junho de 1967, Israel tomou controle da Cisjordânia, Jerusalém Oriental, Colinas de Golã, Faixa de Gaza e Sinai, totalizando 70.000 km² de territórios árabes conquistados.

O principal órgão judicial da ONU, cujas decisões não são vinculantes, pronunciou-se sobre as consequências legais da ocupação israelense dos territórios palestinos desde 1967, em meio a uma crescente tensão após mais de nove meses de conflito em Gaza.

A CIJ concluiu que “a contínua presença de Israel nos Territórios Palestinos é ilegal”. O caso foi levado à CIJ após a Assembleia Geral da ONU adotar, em 31 de dezembro de 2022, uma resolução pedindo uma “opinião consultiva” sobre as “consequências jurídicas das políticas e práticas de Israel no território palestino ocupado, incluindo Jerusalém Oriental”. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, rejeitou a decisão como uma “mentira”. Netanyahu afirmou que “O povo judeu não é um ocupante em sua própria terra, nem em nossa capital eterna, Jerusalém, nem em nosso patrimônio ancestral de Judéia e Samaria”.

A Autoridade Palestina, liderada por Mahmoud Abbas, celebrou a decisão “histórica” do tribunal. Abbas afirmou em comunicado divulgado pela agência oficial Wafa que “A presidência aplaude a decisão da Corte Internacional de Justiça, considerando-a uma resolução histórica, e demanda que Israel a implemente”. Durante as audiências de fevereiro, a maioria dos participantes instou Israel a encerrar a ocupação iniciada após a Guerra dos Seis Dias, alertando que uma presença prolongada representa um “perigo extremo” para a estabilidade no Oriente Médio e além. Os representantes palestinos acusaram Israel de estar envolvido em um sistema de “colonialismo e apartheid” e pediram aos juízes que exigissem o fim da ocupação de forma “imediata, total e sem condições”.

*Com informações da AFP

Facebook Comments

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Primeiro-ministro da França, Sébastian Lecornu, renuncia menos de um mês após assumir cargo

O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, renunciou nesta segunda-feira (6), apenas 27 dias após assumir o cargo. Sua saída se deu logo após a...

Italianos realizam greve nacional em apoio a Gaza e contra postura do governo Meloni

Centenas de milhares de pessoas saíram às ruas na Itália na última sexta-feira, 3 de outubro, em uma greve nacional. O movimento foi...

Hamas aceita libertar todos os reféns, mas quer discutir termos de paz dos EUA

O Hamas anunciou nesta sexta-feira (3) sua disposição para libertar todos os reféns israelenses, vivos ou mortos. No entanto, essa liberação só ocorrerá...