Nesta terça-feira (23), o dólar à vista teve alta e se aproximou novamente do valor de R$ 5,60, seguindo o fortalecimento da moeda americana no exterior. As moedas de países emergentes foram impactadas pela queda de commodities, como minério de ferro e petróleo, devido aos temores em relação ao desempenho da economia chinesa. Apesar das dúvidas crescentes sobre o alcance das metas fiscais, o real teve perdas menores em comparação com outras moedas, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso colombiano.
Ao longo do dia, exceto por uma queda pontual no final da tarde, quando atingiu o valor mínimo de R$ 5,5592 devido a relatos de fluxo comercial, o dólar apresentou tendência de alta. A cotação máxima foi registrada nas primeiras horas de negociação, atingindo R$ 5,6076. No fechamento, a moeda estava sendo negociada a R$ 5,5863, com um avanço de 0,29%. Diante das preocupações com a demanda global, os preços do barril de petróleo caíram quase 2%, marcando o terceiro dia consecutivo de perdas. Já os preços do minério de ferro recuaram mais de 3% no mercado futuro em Dailan, na China, e o cobre perdeu valor pelo sétimo pregão seguido.
Com poucos indicadores econômicos domésticos divulgados, os analistas dedicaram-se a examinar as estimativas apresentadas no relatório bimestral de receitas e despesas. As novas projeções indicam que o governo desistiu da meta de déficit primário zero e aceitou um déficit de 0,25% do PIB, dentro do limite estabelecido. O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou que qualquer resultado dentro do limite significa o cumprimento da meta.
A questão fiscal continua sendo um peso para o real, pois houve a percepção de que a contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento foi insuficiente. Além das incertezas em relação ao cumprimento das metas fiscais, a formação da taxa de câmbio tem sido influenciada nos últimos dias pela corrida eleitoral nos Estados Unidos e seu impacto nas moedas emergentes. Com a desistência do presidente Joe Biden de concorrer à reeleição no último final de semana, a vice-presidente Kamala Harris passou a ser a favorita para disputar a Presidência contra o ex-presidente Donald Trump.
*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

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