A Polícia Federal (PF) e o Grupo de Ação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) executaram um novo mandado de prisão preventiva contra o capitão da Polícia Militar da Bahia, Mauro Grunfeld, alvo da Operação Fogo Amigo. A ação realizada na manhã de sábado (27/7) contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar da Bahia.
A Operação Fogo Amigo, deflagrada em maio deste ano pela PF e pelo Ministério Público da Bahia (MPBA), visa desarticular uma organização criminosa composta por policiais militares do estado da Bahia e de Pernambuco, colecionadores, atiradores, caçadores (CACs), além de lojistas.
O novo mandado de prisão preventiva contra o capitão Mauro Grunfeld foi expedido na quinta-feira (25/7) por meio de uma liminar do Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA). A decisão atendeu a uma medida cautelar do MP, que contestou a concessão de liberdade provisória com imposição de medidas cautelares ao policial pela primeira instância.
Ao analisar o recurso, a Justiça entendeu que as circunstâncias que levaram à prisão preventiva inicial não haviam mudado, justificando a necessidade de manter o oficial detido para garantir a ordem pública.
Em 7 de junho de 2024, Mauro Grunfeld foi denunciado por envolvimento em crimes de organização criminosa armada e comercialização ilegal de armas de fogo, inclusive de uso restrito. As investigações revelaram um sofisticado esquema de mercado clandestino, onde ele e outros membros da quadrilha obtinham munições ilegalmente, adquirindo armas de fogo “frias” e vendendo-as por meio de intermediários, abastecendo assim facções criminosas na Bahia.
Durante a Operação Fogo Amigo, que culminou na prisão do capitão da PM, foram apreendidas uma arma de fogo registrada em nome de terceiros, uma grande quantidade de munições de diferentes calibres e documentos de transporte de mercadorias, evidenciando seu envolvimento no comércio ilegal.
Detalhes da Operação Fogo Amigo
No dia 21 de maio de 2024, a operação resultou no cumprimento de 20 mandados de prisão preventiva e 33 de busca e apreensão contra agentes de segurança pública, caçadores, atiradores, colecionadores (CACs), empresários e lojas que comercializavam armas de fogo, munições e acessórios de forma ilícita, conforme apontaram as investigações sobre a organização criminosa.
Os mandados foram executados nas cidades de Juazeiro, Salvador e Santo Antônio de Jesus. Além disso, a Justiça determinou o sequestro de bens e o bloqueio de valores de até R$ 10 milhões dos investigados, bem como a suspensão das atividades econômicas de três lojas que vendiam material bélico de forma irregular.
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