Uma iniciativa fundamental para o avanço da educação pública no Brasil está sendo implementada na Bahia. Neste ano, 300 mil alunos do Ensino Fundamental e Médio das redes estadual e municipais estão recebendo acesso gratuito à internet para realizar estudos em suas residências, como complemento às aulas presenciais. No início do ano letivo, foram distribuídos 194 mil chips de internet móvel e, no decorrer deste mês, mais 110 mil estudantes foram incluídos no programa.
Os investimentos superiores a R$ 80 milhões por parte do governo estadual foram viabilizados pelo Fust (Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações) e fazem parte do montante de R$ 3,5 bilhões destinados a estados e municípios para fornecer conectividade para até 22 milhões de crianças e adolescentes de famílias de baixa renda inscritas no CadÚnico, quilombolas e indígenas.
Além de impulsionar a inclusão digital de estudantes menos favorecidos, o programa apresenta uma tecnologia inovadora, desenvolvida no Brasil, para garantir eficiência e segurança ao ensino híbrido, que mescla atividades em sala de aula com reforço e nivelamento de conteúdo em casa. O chip recebido pelos alunos funciona como a porta de entrada para um ambiente educacional supervisionado pelos profissionais da área. Os estudantes são direcionados a um caminho de aprendizagem personalizado, com monitoramento de desempenho, presença e tarefas, e só têm acesso aos sites permitidos pela secretaria de educação. Esse controle é possível graças a um filtro de conteúdo hospedado na “nuvem”, sendo à prova de manipulação ao contrário dos similares instalados nos dispositivos.
“Anteriormente, os governos utilizavam chips comuns e blocos de conteúdo instalados nos aparelhos. Com essa abordagem, os alunos conseguiam facilmente contornar as restrições e utilizar os dados financiados pelo governo para outros fins, como entretenimento”, explica Rivaldo Paiva, CEO da Base Mobile, uma startup de Pernambuco responsável pelo desenvolvimento da solução. “Com essa nova tecnologia, de fato, conseguimos garantir o uso apropriado dos recursos públicos e evitar que as crianças e adolescentes se deparem com conteúdos inadequados e prejudiciais, como os que promovem violência no ambiente escolar.”
A utilização dos recursos do Fust para promover a inclusão digital no ensino público está se tornando realidade em diversas regiões do país. Além do programa Internet Brasil, uma iniciativa do Governo Federal que já beneficiou 50 mil alunos e tem o objetivo de alcançar um total de 700 mil, o chip educacional com filtro de conteúdo e outras funcionalidades tem sido adotado na educação pública de vários estados e municípios, como Belo Horizonte, Goiânia, Nova Lima e Lagoa Santa.
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