“Abin paralela”: depoimento de Ramagem na PF dura quase 7 horas

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O depoimento prestado pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Polícia Federal (PF) no Rio de Janeiro teve uma duração de quase sete horas no último dia 17 de julho. Ramagem chegou às instalações por volta das 15h20 e permaneceu no local até 21h50.

A ida de Ramagem à PF foi motivada pela necessidade de prestar esclarecimentos no âmbito das investigações relacionadas à “Abin paralela”, revelada pela Operação Última Milha. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o deputado ocupava o cargo de chefe da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Segundo as informações, Ramagem teria utilizado recursos oficiais para monitorar adversários políticos, jornalistas e outras pessoas que não tinham boa relação com o então presidente. Um dos pontos centrais dessa investigação é uma gravação realizada por Ramagem durante uma reunião conduzida por Jair Bolsonaro.

Nesse encontro, teria sido discutida a possibilidade de elaborar estratégias para proteger o filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro, de uma investigação sobre o esquema de “rachadinha”. Além de Ramagem, outros investigados nesse inquérito também devem se apresentar à PF para prestar depoimento nos próximos dias.

As investigações da Polícia Federal acerca da “Abin paralela” tiveram início em 2023 e expuseram o envolvimento do atual pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro em ações que utilizaram sistemas de GPS para monitorar celulares sem autorização judicial. Essas informações eram usadas para verificar possíveis encontros dos alvos da espionagem.

O relatório da PF, divulgado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, revela que foi encontrada, no computador de Ramagem, uma gravação de uma reunião com Jair Bolsonaro que envolvia estratégias para auxiliar Flávio. Essas medidas incluíam ações contra auditores da Receita Federal e a reunião ocorreu em 25 de agosto de 2020.

As investigações sobre o esquema de “rachadinha” foram iniciadas após servidores da Receita identificarem movimentações financeiras de Flávio que não condiziam com sua renda. Para chegar a essa conclusão, foram analisados dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

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