Uma constatação preocupante foi feita no Distrito Federal com relação à coqueluche. Em um espaço de apenas um mês, o número de casos confirmados da doença aumentou de oito para 44, demonstrando um crescimento alarmante, cinco vezes maior. Há ainda 19 casos em investigação, o que pode elevar ainda mais esses números. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Saúde.
A comparação com o ano anterior é ainda mais alarmante. Apenas quatro casos haviam sido confirmados em todo o ano de 2023. A coqueluche, uma infecção respiratória grave, tem na falta de vacinação um dos principais fatores de risco para o surgimento da doença em crianças e adultos, de acordo com informações da SES-DF.
Até o dia 30 de julho de 2024, foram notificados pela Secretaria de Saúde 128 casos de coqueluche no Distrito Federal, sendo que a maioria foi descartada (65).
O Metrópoles já havia reportado o aumento expressivo de casos da doença no último mês em comparação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando a alta no número de notificações de coqueluche. No dia 29 de junho, o DF contava com 34 notificações da doença, enquanto em todo o ano de 2023 foram registrados 35 casos.
Surto no Brasil
A situação preocupa não apenas o Distrito Federal, mas todo o Brasil. O país registrou a primeira morte em decorrência de coqueluche dos últimos três anos. Um bebê de seis meses em Londrina, Paraná, faleceu em 25 de julho por complicações da doença. Outro caso de óbito de um bebê devido à coqueluche está sendo investigado no estado.
A coqueluche é particularmente grave em bebês pequenos, que ainda não possuem anticorpos para combater a infecção bacteriana. Por essa razão, a ministra da saúde, Nísia Trindade, reforçou a importância da vacinação das gestantes. A imunização é eficaz na prevenção da doença.
De acordo com os dados do painel epidemiológico do Ministério da Saúde, até junho, o Brasil já contabilizava 339 casos de coqueluche. São Paulo é o estado com o maior número de casos, totalizando 165 ocorrências da doença – um aumento de 12 vezes em relação ao ano anterior.
Vacinação
A Secretaria de Saúde informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza dois tipos de vacinas contra a coqueluche. A vacina pentavalente é destinada a crianças a partir de dois meses até os 5 anos e requer duas doses de reforço.
O segundo tipo de imunização é a vacina tríplice bacteriana, indicada durante a gravidez a partir da 20ª semana. Segundo a SES, o imunizante é inativado, ou seja, incapaz de causar a doença. Sua função é proteger a mãe da difteria, tétano e coqueluche, proporcionando um ambiente seguro para o desenvolvimento do feto.
A imunização passiva é um processo de proteção para o bebê enquanto ainda está no útero, transferindo os anticorpos para o feto.
De acordo com a Secretaria de Saúde, foram administradas 11.594 doses da vacina tríplice bacteriana, o que representa 82,3% do público-alvo adulto. Atualmente, a vacina pentavalente possui uma cobertura ainda maior, atingindo 85,5% e com 12.044 doses aplicadas.
Confira os locais de vacinação do Distrito Federal aqui.
**Sintomas**
Os sintomas da coqueluche incluem crises de tosse seca seguidas por um som de “guincho inspiratório”, que é produzido pelo estreitamento da glote e pode indicar dificuldade respiratória.
> A SES-DF relata que a doença tem três fases, sendo a primeira a fase catarral, com sintomas leves que podem se confundir com os de uma gripe. O paciente apresenta coriza, febre, mal-estar e tosse seca, evoluindo para tosse seca contínua.
Na segunda fase, as crises de tosse se tornam mais frequentes e o guincho se faz presente. Geralmente, esses sintomas são acompanhados por vômitos, dificuldade de respirar e extremidades arroxeadas. Na terceira fase, os acessos de tosse diminuem e dão lugar a uma tosse comum.
O exame para detectar a bactéria responsável pela coqueluche é realizado em laboratório e disponibilizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal.
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