De repúdio a apoio, países se manifestam sobre resultado de eleições presidenciais na Venezuela

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Repercussão internacional reflete posicionamentos diversos sobre resultado das eleições presidenciais na Venezuela

Diversos países expressaram questionamentos nesta segunda-feira (29) acerca da transparência das eleições presidenciais ocorridas no domingo (28) na Venezuela, onde Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Em 2018, Maduro venceu uma eleição boicotada por seus principais opositores, obtendo uma vantagem de 47 pontos sobre o segundo colocado, Henri Falcón, representante de uma oposição fragmentada. No entanto, no pleito de domingo, a oposição estava unida. Apesar das pesquisas indicarem favoritismo para Edmundo González Urrutia, candidato escolhido por María Corina Machado, Maduro ficou sete pontos à frente (com 51,2% dos votos contra 44,2% de González) após a apuração de 80% dos votos, conforme divulgado pelo CNE, órgão controlado pelo chavismo. A repercussão internacional manifestou ceticismo diante desse anúncio.

Estados Unidos e países da União Europeia questionam o resultado. O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, manifestou “grave preocupação” sobre a possibilidade de que o resultado eleitoral na Venezuela não represente a vontade do povo, solicitando uma apuração “justa e transparente” dos votos. Da mesma forma, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, pediu transparência total no processo eleitoral, incluindo a divulgação detalhada da apuração dos votos e acesso às atas de votação. Na Espanha, o ministro das Relações Exteriores, José Manuel Albares, também enfatizou a necessidade de “total transparência” na apuração dos votos e publicação das atas, bem como a preservação da calma e civilidade. Já na Itália, o chanceler Antonio Tajani exigiu “resultados verificáveis”.

América Latina apresenta visões divergentes. O chanceler da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, solicitou “apuração total dos votos, verificação e auditoria independente” para eliminar dúvidas sobre os resultados. A reação argentina foi mais incisiva. O presidente da Argentina, Javier Milei, através de sua rede social X (antigo Twitter), antes dos resultados oficiais, escreveu “DITADOR MADURO, FORA!!!”, e acrescentou que os dados apontam para uma vitória expressiva da oposição. Ele afirmou que a Argentina não reconhecerá outra fraude e espera que as Forças Armadas defendam a democracia e a vontade popular.

Confira a publicação: DICTADOR MADURO, AFUERA!!!

Os venezuelanos escolheram acabar com a ditadura comunista de Nicolás Maduro. Os dados indicam uma vitória esmagadora da oposição, e o mundo aguarda o reconhecimento da derrotaApós anos de socialismo, miséria, decadência e morte, a situação política na Venezuela continua gerando controvérsias. O presidente chileno, Gabriel Boric, expressou sua descrença nos resultados anunciados, pedindo total transparência no processo e nas atas, além da validação por observadores internacionais independentes do governo. Enquanto isso, o chanceler peruano convocará o embaixador do Peru na Venezuela para consultas devido aos anúncios eleitorais considerados graves.

O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, enfatizou a importância da confiança nos mecanismos utilizados para reconhecer uma vitória. Em discordância, a Guatemala reiterou a necessidade de resultados transparentes e adequados à vontade do povo venezuelano. O presidente social-democrata Bernardo Arévalo, da Costa Rica, destacou suas dúvidas em relação aos resultados e clamou por missões de observação eleitoral para garantir a legitimidade do processo.

Aliados de Nicolás Maduro comemoraram o terceiro mandato do presidente venezuelano. Governo da China, parceiro próximo da Venezuela, parabenizou Maduro e expressou interesse em fortalecer sua relação estratégica com o país sul-americano. O presidente russo, Vladimir Putin, seguiu os parabéns a Maduro, ressaltando a associação estratégica entre Rússia e Venezuela. Em Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel celebrou a vitória de Maduro como triunfo da dignidade do povo venezuelano sobre pressões externas.

O presidente da Bolívia, Luis Arce, elogiou o respeito à vontade popular na Venezuela e reforçou o compromisso em fortalecer os laços de amizade. Enquanto isso, a presidente de Honduras, Xiomara Castro, felicitou Maduro por sua vitória inquestionável, reafirmando a soberania e o legado de Hugo Chávez. A controvérsia política na Venezuela segue despertando opiniões divergentes entre líderes regionais e aliados internacionais.

Em meio às incertezas e controvérsias que cercam o processo eleitoral na Venezuela, a comunidade internacional aguarda por esclarecimentos e validações que garantam a transparência e legitimidade dos resultados. O posicionamento conjunto de líderes latino-americanos e mundiais reflete a importância da credibilidade e confiança nos sistemas democráticos, reiterando a necessidade de respeito à vontade popular e à transparência eleitoral em todos os processos democráticos.

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