Dólar sobe 1,25% e atinge R$ 5,65, maior valor de fechamento em 20 dias

Publicado:

O dólar aumentou significativamente durante a tarde devido ao crescimento da aversão ao risco no cenário internacional e fechou a quarta-feira (24) em alta de 1,25%, alcançando R$ 5,6562 – o maior valor de fechamento em mais de 20 dias. Em seu pico, a moeda atingiu R$ 5,6618. Apesar das preocupações com a situação fiscal interna ainda influenciarem as negociações e manter os prêmios de risco na taxa de câmbio, o real foi impactado hoje pelo ambiente desfavorável aos ativos emergentes. Uma nova valorização do iene resultou em mais uma rodada de liquidação de posições em moedas de países com altas taxas de juros, especialmente as latino-americanas, mais utilizadas em operações de “carry trade”.

O real teve as maiores perdas em relação ao dólar, seguido de perto pelo peso mexicano. Além dos rumores sobre uma nova intervenção do Banco do Japão (BoJ) no mercado de câmbio, há expectativas de aumento nas taxas de juros na próxima reunião de política monetária do BoJ na próxima semana (30 e 31). Analistas também apontaram um aumento nas incertezas em relação à economia americana, com a corrida presidencial e a divulgação dos balanços nos EUA, que trouxeram resultados decepcionantes das gigantes da tecnologia. Isso gerou um aumento no sentimento de risco nos mercados globais, prejudicando ainda mais as moedas emergentes. O índice VIX – conhecido como termômetro do medo – subiu mais de 20%, atingindo os maiores níveis desde abril.

Enquanto o dólar se valoriza em comparação com as moedas emergentes, ele recua em relação às principais moedas. O índice DXY, que avalia o desempenho do dólar em relação a seis moedas fortes, apresenta uma queda de quase 1,30% em julho. As taxas dos Treasuries tiveram movimentos diferentes à tarde. Enquanto o retorno dos títulos de 10 e 30 anos subiu, a taxa do T-note de 2 anos – mais ligada à política monetária de curto prazo – caiu mais de 1,5%, ficando em cerca de 4,41%.

Amanhã, serão divulgados a primeira leitura do PIB americano do segundo trimestre e o índice de preços com consumo (PCE) trimestral, o que pode intensificar as apostas sobre a dimensão do corte de juros pelo Federal Reserve neste ano, que atualmente está em 75 pontos-base. Até alguns meses atrás, a expectativa predominante era de que as moedas emergentes se fortalecessem à medida que se consolidasse a perspectiva de alívio monetário nos EUA.

O dólar, no entanto, continua a se valorizar em relação às moedas emergentes, enquanto perde terreno em relação às moedas fortes. Esse movimento pode ser explicado, em parte, pela “piora na percepção” sobre a economia chinesa, que deprime os preços das commodities e, consequentemente, prejudica as moedas dos países latino-americanos exportadores de produtos básicos.

*Com informações do Estadão Conteúdo
Publicado por Carolina Ferreira

Comentários Facebook

Compartilhe esse artigo:

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

Tarifaço de Trump pode gerar perda de R$ 180 mi para a indústria de cacau brasileira

O cacau brasileiro enfrenta um desafio significativo com a recente imposição de tarifas pelos Estados Unidos. A Associação Nacional das Indústrias Processadoras de...

Geraldo Alckmin se reúne com setor de alimentos para debater aumento de tarifas

Na próxima quarta-feira, dia 6, o governo dos Estados Unidos começará a aplicar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, um movimento que levantou...

FPM de julho: Nordeste tem 18 dos 20 municípios que recebem maiores valores no 3º decêndio

No último decêndio, o maior valor transferido foi de R$ 2,8 milhões, destinado a Arapiraca (AL)