Em 48 horas, ao menos seis ataques contra comunidades indígenas foram registrados em três estados: Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul. Um grupo de dez pessoas do povo Guarani Kaiowá foi atacado por cerca de 50 homens armados no sábado (13/7), no município de Douradina (MS). Segundo informações preliminares, duas pessoas foram baleadas, entre elas um cacique de 52 anos. Além disso, uma liderança religiosa sofreu agressões nos braços e pernas e outros indígenas foram feridos.
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O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) relatou que além dos Guarani Kaiowá, as comunidades que foram vítimas de ataques armados desde o final de semana foram: Kaingang em Pontão (RS), Avá-Guarani (PR), Guarani Mbya de Pekurity (RS), a comunidade Guarani Kaiowá do tekoha (aldeia) Kunumi Vera no Mato Grosso do Sul e a comunidade Avá-Guarani do tekoha Tatury, parte da TI Tekoha Guasu Guavirá, no oeste do Paraná.
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Nesta terça-feira (16/7), o Ministério dos Povos Indígenas, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas e o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania iniciam duas missões para mediar conflitos fundiários nos estados do Mato Grosso do Sul e do Paraná, após ataques com armas. Um conflito do Rio Grande do Sul também vem sendo monitorado e acompanhado pelo MPI.
“O Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas e a Secretaria Executiva do MPI reforça que está em constante diálogo com as Coordenações Regionais (CRs) específicas da Funai, a Defensoria Pública da União (DPU), o Ministério Público Federal (MPF), lideranças locais e demais órgãos envolvidos para apoiar os povos indígenas cujos direitos foram violados e evitar ainda mais violência”, informou o Ministério dos Povos Indígenas.
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“Além disso, o MPI enfatiza que a instabilidade gerada pela lei do marco temporal (Lei 14.701/23), além de outras tentativas de se avançar com a pauta, como a PEC 48, tem como consequência não só a incerteza jurídica sobre as definições territoriais que afetam os povos indígenas, mas abre ocasião para atos de violência que têm os indígenas como as principais vítimas”, acrescentou a pasta.
O Correio tenta contato com a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Sul para saber informações sobre a investigação dos ataques, mas ainda não obteve retorno.
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