O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou, pela primeira vez em público, nesta terça-feira (30), os desdobramentos das eleições na Venezuela, que culminaram na vitória de Nicolás Maduro. O desfecho tem sido alvo de contestação por parte de diversos países.
O líder petista concedeu uma entrevista à TV Centro América, afiliada da TV Globo em Mato Grosso. Lula ressaltou a importância da apresentação das atas de votação e mencionou que, havendo dúvidas, a oposição tem o direito de recorrer.
“É comum haver disputas. Como se resolve esta disputa? Através da apresentação da ata. Se surgir alguma dúvida entre a oposição e o governo na ata, a oposição pode entrar com um recurso e seguir o processo judicial. Haverá uma decisão, que todos devemos acatar. Estou convencido de que é um procedimento normal e tranquilo”, afirmou. A entrevista completa não foi ao ar, porém a emissora divulgou trechos nas redes sociais.
Lula também abordou a declaração do Partido dos Trabalhadores, que reconheceu a vitória de Maduro na eleição. O presidente criticou a cobertura midiática sobre o assunto.
“A nota do Partido dos Trabalhadores elogia o povo venezuelano pela realização pacífica das eleições. Ao mesmo tempo, destaca que o tribunal eleitoral já reconheceu Maduro como vencedor. No entanto, a oposição ainda não reconheceu. Portanto, é um processo em andamento. Vejo a mídia brasileira tratando o tema como se fosse uma situação de extrema crise, mas não há nada de extraordinário”, ressaltou.
Até o momento, o posicionamento oficial do governo brasileiro foi emitido por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores (MRE). O órgão adotou uma postura cautelosa, abstendo-se de reconhecer qualquer resultado, visto que a oposição levantava questionamentos sobre possíveis fraudes eleitorais.
Conforme a nota, o Brasil necessitava de mais informações para respaldar a “transparência, credibilidade e legitimidade do desfecho eleitoral”.
Nesta tarde de terça-feira, Lula manteve uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. O conteúdo da ligação não foi divulgado, porém especula-se que tenha abordado a situação atual na Venezuela.
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