Em primeiro discurso após desistência de Biden, Kamala Harris elogia o legado do presidente como ‘inigualável’

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Na segunda-feira (22), a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, exaltou o legado do presidente Joe Biden como “inigualável na história moderna” em seu pronunciamento mais recente desde que Biden desistiu da corrida presidencial e endossou sua candidatura para sucedê-lo. Harris afirmou que o histórico de Biden é notável e já ultrapassou muitos presidentes que serviram dois mandatos em apenas uma gestão, durante um evento da National Collegiate Athletic Association nos jardins da Casa Branca.

Harris destacou o profundo amor de Biden pelo país, testemunhando de perto a sua luta em prol do povo americano. Durante seu discurso, informou que Biden está se recuperando bem da covid-19, que contraiu na semana anterior.

No domingo (21), Biden manifestou seu apoio à candidatura de Harris para a indicação democrata na corrida presidencial dos EUA, logo após desistir de buscar a reeleição. Até o momento, várias autoridades do partido seguiram a decisão de Biden e apoiaram a vice-presidente. Harris também teceu elogios aos atletas universitários, parabenizando-os pelas conquistas e desejando sorte no futuro.

Kamala Harris desponta como favorita para se tornar a candidata democrata nas eleições de novembro, contando com o apoio de figuras proeminentes do partido após a renúncia de Joe Biden, o que levou a campanha a um período de incerteza. O Partido Democrata se comprometeu a realizar um processo claro e organizado para substituir o presidente Biden, de 81 anos, na corrida presidencial. Dúvidas sobre sua saúde e capacidade de derrotar o republicano Donald Trump o levaram a desistir a poucos meses das eleições.

Os democratas agora precisam escolher um novo candidato na convenção, marcada para iniciar em Chicago a partir de 19 de agosto, embora possam antecipar a decisão. Harris recebeu total apoio de Biden, assim como do ex-presidente Bill Clinton, sua esposa Hillary Clinton, ex-secretária de Estado, e ao menos sete governadores. A vice-presidente também conta com amplo apoio de congressistas democratas, indicando que não possui rivais significativos até o momento.

A arrecadação de fundos para a campanha em 2024 do Partido Democrata registrou um recorde nas horas subsequentes à desistência de Biden, totalizando cerca de 46,7 milhões de dólares (260 milhões de reais) em apenas um dia, conforme anunciado pela ActBlue, grupo responsável pela captação de recursos para essa causa.

Na esfera política, os delegados da convenção foram avisados que a votação da candidatura de Harris vai acontecer em 1º de agosto, mais de duas semanas antes da reunião, conforme reportagem da CBS. Caso os democratas não cheguem a um consenso, uma convenção aberta a outros candidatos poderá ser realizada em Chicago, porém, por ora, não há sinais de que isso vá ocorrer.

A candidatura democrata já estava em risco desde o desempenho desastroso de Biden no debate de junho contra Trump, que saiu fortalecido e vive um momento de glória após sobreviver a um atentado e participar de uma convenção republicana que o exaltava. Biden resistiu por mais de três semanas em permanecer na disputa, ignorando pedidos de renúncia, até que no domingo desistiu, enquanto se recupera da covid-19 em sua casa de praia em Delaware. O democrata afirmou que ser presidente foi a maior honra de sua vida e prometeu um discurso à nação nesta semana.

Sua renúncia o torna o primeiro presidente em 56 anos a não buscar a reeleição e o primeiro na história dos Estados Unidos a abrir mão dessa possibilidade tão tarde. Para a professora Donna Patterson, da Universidade Estadual de Delaware, sua saída injetou energia na campanha. A vice-presidente teve dificuldades em se firmar nos primeiros anos na Casa Branca, mas se destacou ao defender questões cruciais como o direito ao aborto.

“Seja quem os democratas indicarem – e estou convencido de que será Harris – enfrentará desafios”, afirmou Donald Nieman, analista político e professor da Universidade de Binghamton, em Nova York. No campo republicano, o anúncio perturba consideravelmente a candidatura de Trump, forçando-o a reavaliar sua estratégia eleitoral, que está muito centrada em retratar Biden como um homem idoso, confuso e desajeitado.

Esses argumentos podem se voltar contra o republicano caso ele tenha que enfrentar Kamala Harris, que é quase 20 anos mais nova. É inquestionável que a ex-procuradora Harris terá argumentos jurídicos para pressionar Trump e concentrar-se na defesa do direito ao aborto.

*Com informações da AFP
Publicado por Carolina Ferreira

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