Hezbollah, Rússia e dirigentes palestinos se pronunciam sobre morte de líder do Hamas

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Hezbollah, Rússia, e líderes palestinos se manifestam sobre o falecimento do líder do Hamas. Ismail Haniyeh, líder do Hamas, faleceu em Teerã, conforme anunciaram a Guarda Revolucionária do Irã e o movimento islâmico palestino nesta quarta-feira (31), atribuindo o ataque a Israel. Desde outubro de 2023, o Hamas encontra-se em guerra com Israel na Faixa de Gaza, território sob seu controle desde 2007, após um ataque sem precedentes de seus combatentes ao sul do território israelense. O comunicado do movimento palestino afirmou que Ismail Haniyeh, líder do movimento, faleceu em um ataque à sua residência em Teerã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente iraniano. Atualmente em exílio entre Turquia e Catar, o líder do grupo muçulmano viajou para Teerã para testemunhar a cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masud Pezeshkian.

A morte de Ismail Haniyeh causou reações entre os aliados do grupo palestino. As Brigadas Al-Qassam, braço armado do Hamas, afirmaram hoje que o assassinato é um ato perigoso que eleva a batalha a um novo patamar, com consequências significativas para toda a região. O grupo acusou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de levar o país ao abismo. Até o momento, nenhum alto oficial israelense assumiu a autoria do ataque, ocorrido em um momento de máxima tensão devido à escalada dos confrontos com o grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Irã e das milícias palestinas.

Além disso, as Brigadas Al-Qassam declararam que Israel cometeu um erro de cálculo ao expandir seus ataques para outras áreas. Até o momento, as autoridades israelenses não elevaram o nível de alerta militar, apesar dos apelos de diversos grupos para responder com firmeza aos ataques das últimas horas. Com a morte de Haniyeh, figura mais política e moderada do grupo, defensor da negociação com Israel e da busca pela legitimidade internacional, o Hamas fica nas mãos de lideranças mais radicais, representadas por Yahya Sinwar, mentor dos ataques de 7 de outubro.

O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e o secretário do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), Hussein al Sheikh, condenaram veementemente a morte do líder político do Hamas. Abbas, que governa partes reduzidas da Cisjordânia ocupada, considerou o assassinato do líder do Hamas um ato covarde e um evento perigoso, conforme informou a agência de notícias oficial palestina “Wafa”. O presidente da ANP também instou as massas e forças do povo palestino a manterem unidade, paciência e firmeza diante da ocupação israelense. Al Sheikh condenou igualmente o assassinato de Haniyeh, classificando-o como um ato covarde, e ressaltou a necessidade de permanecer firme diante da ocupação e de buscar a unidade entre as forças e facções palestinas.Em 23 de julho, o Hamas e o partido secular Fatah, liderado por Abbas, firmaram um acordo em Pequim com o objetivo de encerrar a divisão existente desde 2007 entre as duas facções e fortalecer a unidade com os demais grupos. Os signatários, que incluem a Jihad Islâmica, a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) e a Frente Democrática para a Libertação da Palestina (FDLP), buscam estabelecer um Estado palestino independente com Jerusalém como capital, conforme as resoluções da ONU.

A Rússia, por meio do Kremlin, alertou sobre as consequências globais que essa ação pode acarretar. “Condenamos veementemente o assassinato do chefe do gabinete político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, em decorrência de um ataque com mísseis à sua residência em Teerã”, afirmou Andrei Nastasin, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, em entrevista coletiva. O diplomata russo ressaltou que “não há dúvida de que o assassinato de Haniyeh terá um impacto muito negativo no progresso dos contatos indiretos entre Hamas e Israel, nos quais foram acordadas condições mutuamente aceitáveis para um cessar-fogo na Faixa de Gaza”.

Moscou também fez um apelo para que “todas as partes exerçam contenção e se abstenham de medidas que possam levar a uma deterioração dramática da situação de segurança na região e provocar um confronto armado em grande escala”. Além disso, o país condenou os ataques israelenses contra Beirute, os quais “representam uma clara violação da soberania do Líbano e das normas básicas do direito internacional”. “Expressamos nossa profunda preocupação com a ameaça de agravamento da situação no Oriente Médio”, ressaltou. O Hamas, que a Rússia não considera como uma organização terrorista e com quem realizou consultas nos últimos anos em Moscou, responsabilizou Israel pelo assassinato de Haniyeh e prometeu que a morte do líder “não ficará impune”.

*Com informações da EFE

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