Na cidade de São Paulo, a Polícia Civil finalizou o inquérito que examinava o filho mais novo do presidente Lula (PT), Luis Claudio Lula da Silva, 39 anos, diante da suspeita de ter cometido atos violentos contra uma ex-companheira. Após a conclusão da investigação, nenhum indiciamento foi realizado, o que significa que não houve atribuição de crime a ele.
Segundo informações de policiais envolvidos, isso ocorreu devido à ausência de lesões corporais na vítima, uma vez que não foram realizados exames médicos, e a violência psicológica alegada não foi claramente comprovada. Dessa forma, os responsáveis pela investigação consideram que não há evidências sólidas o suficiente para um indiciamento neste momento.
O relatório foi encaminhado ao Ministério Público paulista, que ficará responsável por determinar os próximos passos a serem seguidos. A Promotoria poderá solicitar o arquivamento do inquérito, novas investigações para esclarecer possíveis dúvidas ou até mesmo apresentar denúncia contra o filho do presidente, caso julgue que as provas sejam suficientes para tal.
Vale ressaltar que a opinião da autoridade policial não vincula a decisão do promotor.
A ex-companheira de Luis Cláudio, a médica Natália Schincariol, 30 anos, registrou um boletim de ocorrência em abril deste ano, relatando um caso de violência doméstica. Na época, uma medida protetiva em seu favor foi concedida.
No boletim, feito através da delegacia eletrônica, ela mencionou ter recebido uma cotovelada na barriga durante uma discussão ocorrida em janeiro.
Ela também informou no documento que, além das agressões físicas, temia pela sua saúde mental devido a constantes ataques verbais. A médica relatou ter sido hospitalizada por crises de ansiedade e afirmou ter sido alvo de ameaças e ofensas por parte do ex-companheiro, que a teria chamado de “doente mental”, “feia” e “vagabunda”.
Natália afirmou não ter registrado queixas anteriormente devido a ameaças e manipulações que a desencorajaram a fazê-lo.
Tanto Natália quanto o filho do presidente, ouvidos na Delegacia da Mulher, alegaram que a cotovelada na barriga em janeiro teria ocorrido acidentalmente durante uma disputa por um celular. A médica explicou à polícia que não ficou machucada a ponto de deixar marcas.
Como não houve exame médico devido à distância temporal dos fatos e ao registro policial posterior em abril, não foi possível comprovar a lesão corporal. A polícia não emitiu opinião sobre a intencionalidade das ações descritas.
Em relação aos ataques verbais, a maioria das mensagens anexadas ao inquérito pela ex-companheira não continha ofensas diretas mencionadas por ela no boletim de ocorrência. A médica explicou que tais ofensas eram feitas de forma verbal.
De acordo com os policiais, a maioria das conversas envolvia questões de um casal em conflito e pendências relacionadas a bens materiais.
Em entrevista à polícia, Natália mencionou que apresentaria duas testemunhas, no entanto, acabou desistindo dessa decisão.
Além disso, ela juntou ao inquérito, conforme investigações feitas pela reportagem, documentos referentes a uma internação médica supostamente decorrente das agressões psicológicas sofridas. A análise desse material foi deixada a cargo do Ministério Público.
A reportagem tentou entrar em contato com Natália na noite de quarta-feira (17), sem sucesso.
Em sua defesa, Luís Cláudio negou veementemente qualquer tipo de violência contra a ex-mulher. Ele já havia se pronunciado publicamente, afirmando que “jamais a agrediria”. “Desde o término do relacionamento, em janeiro deste ano, sempre fui muito atencioso com ela. Nunca a chamei pelos termos mencionados. Vou provar minha inocência”, declarou.
A acusação contra o filho de Lula foi utilizada por adversários políticos do petista, como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e a deputada federal Rosangela Moro (União Brasil-SP), que questionaram a falta de posicionamento de Lula e seus aliados a respeito do caso.
Natália revelou ter sido alvo de ataques nas redes sociais. Diante da repercussão do incidente, ela relatou ter sido chamada de “ex-BBB” e “vulgar”. “Sou uma mulher com muito a dizer e ninguém mais vai me calar. Sou médica, psicanalista, estudante de psiquiatria. Sou empresária, dona do meu próprio instituto de saúde mental”, afirmou em seu perfil em abril.
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