O juiz federal Alderico Rocha Santos, alvo de investigação pelo Ministério Público Federal em Goiás (MPF-GO) por falta de comprovação de renda para adquirir duas propriedades rurais no valor de R$ 33,5 milhões, afirmou ter realizado uma negociação de R$ 4,1 milhões com o ex-jogador do Barcelona e da Seleção Brasileira, Arthur Melo. Em nome do magistrado, o meio-campista transferiu o montante para a conta da antiga proprietária de uma das fazendas adquiridas por Rocha Santos em Goiás.
O juiz está enfrentando um processo administrativo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e teve seu pedido de aposentadoria compulsória solicitado pelo MPF-GO. A denúncia tem como base o testemunho de Adriane Borges Inácio Campos, proprietária da Fazenda Mata Azul, em Britânia (GO), vendida por Alderico Santos por R$ 15 milhões. No relato disciplinar que originou as investigações contra Rocha Santos, foram incluídas conversas mantidas com o juiz e comprovantes de depósitos realizados por terceiros, incluindo a transferência de R$ 4,1 milhões feita por Arthur Melo.



O juiz federal Alderico Rocha Santos está sendo investigado pelo Ministério Público Federal por manter um patrimônio incompatível com sua renda. Entre os bens em questão, constam carros de luxo, fazendas e empresas. O magistrado tem em seu nome um Ford Mustang Mach 1 avaliado em mais de R$ 500 mil.
Além do automóvel de alto valor, o juiz também é proprietário de fazendas que somam o montante de R$ 33 milhões. A procuradora Ana Paula Mantovani afirmou que o juiz não conseguiu comprovar a origem dos recursos utilizados para adquirir tais propriedades.
A investigação levanta questionamentos sobre a conduta e a transparência do juiz federal em relação à sua situação financeira. A suspeita é de enriquecimento ilícito e sonegação fiscal, o que pode configurar crime de corrupção.
O caso ganhou destaque na mídia e chama atenção para a importância da fiscalização dos agentes públicos em relação ao seu patrimônio. A sociedade exige transparência e integridade dos servidores, principalmente daqueles que ocupam cargos de grande relevância, como juízes federais.
A apuração dos fatos segue em andamento, e o Ministério Público Federal atua para esclarecer as possíveis irregularidades cometidas pelo juiz Alderico Rocha Santos. A justiça deve agir de forma imparcial e ética, garantindo a confiança da população no sistema judiciário.
A posse de bens incompatíveis com a renda declarada é uma infração grave e pode resultar em punições severas, caso fique comprovado o enriquecimento ilícito. A luta contra a corrupção é fundamental para a manutenção da ordem e da justiça em uma sociedade.
É crucial que casos como esse sejam investigados de forma rigorosa e que os responsáveis sejam responsabilizados pelos seus atos. A transparência e a prestação de contas são pilares essenciais para o bom funcionamento das instituições e para a manutenção da democracia em um país.O juiz Alderico Rocha Santos confirmou ter recebido R$ 500 mil do jogador Arthur, ressaltando a legalidade da transação. Segundo o magistrado, a compra de uma terra foi devidamente documentada, com o valor transferido diretamente da conta do atleta para a vendedora, Adriane Borges, sem irregularidades.
Ao explicar sobre a propriedade adquirida por Arthur, Rocha Santos mencionou ter comprado uma chácara em Goiânia em 2003, que se valorizou ao longo dos anos devido ao desenvolvimento da região. Após a terra ser vendida para terceiros que não conseguiram pagar, o juiz a adquiriu novamente e negociou a venda com o jogador pelo mesmo preço prévio.
Arthur, nascido em Goiânia, se destacou nas categorias de base do Goiás e atuou no Grêmio antes de se transferir para o Barcelona, Juventus, Liverpool, e atualmente na Fiorentina. O meia também teve participações na Seleção Brasileira, incluindo a conquista da Copa América de 2019.
O Ministério Público Federal de Goiás, representado pela procuradora Ana Paulo Mantovani Siqueira, alega que a evolução patrimonial de Rocha Santos é incompatível com sua renda como juiz. O pedido de aposentadoria compulsória do magistrado se baseia na discrepância entre o patrimônio declarado por ele em 2008 e os valores investidos em fazendas em 2022, que ultrapassam em mais de dez vezes.
A investigação se concentra na origem dos bens e a necessidade de aprofundar as análises para verificar a legalidade dos valores envolvidos. Até o momento, apenas o juiz está sob investigação, e não o jogador envolvido nas transações imobiliárias mencionadas.
A coluna não obteve retorno da assessoria de imprensa de Arthur para comentários. O espaço permanece aberto para posicionamentos. É fundamental esclarecer que as apurações se destinam exclusivamente ao magistrado, sem implicar qualquer conduta inadequada por parte do atleta.O crescimento patrimonial exponencial levantou questionamentos sobre a compatibilidade com os rendimentos provenientes de cargos públicos, afirmou a procuradora responsável pelo caso.
Em sua defesa, Santos argumentou que os pagamentos são provenientes da venda de imóveis realizada pelo magistrado. Ele justificou o aumento de seu patrimônio como sendo resultado de seu trabalho como juiz desde 1997, recursos recebidos do pai, vendas de imóveis, participação como sócio em um curso de disciplinas jurídicas e atividade pecuária.
Os argumentos apresentados não foram aceitos pela procuradora, que apontou a falta de documentação que comprovasse as fontes de renda. Ela destacou a ausência de provas sobre os recursos recebidos do pai, salários provenientes dos cargos públicos, lucros obtidos com o curso jurídico, atividade pecuária e investimentos imobiliários.
A procuradora declarou: “Não houve comprovação do desenvolvimento lícito do patrimônio do reclamado que justificasse a capacidade econômico-financeira evidenciada pela aquisição das fazendas no valor expressivo de R$ 33.558.000,18.”
Alderico Santos se pronunciou em sua defesa, destacando que já possuía extensas propriedades rurais desde 2004 e 2005, antes de possuir a quantidade atual de terras. Ele mencionou que parte de seu patrimônio foi herdada em 1991, após o falecimento de sua mãe, quando já possuía uma fazenda no Maranhão.
O juiz afirmou ter atuado em diversas áreas, incluindo advocacia na Caixa Econômica, magistratura estadual, procuradoria da República e instituições bancárias. Ele ressaltou que seu patrimônio já era substancial quando ingressou na Justiça Federal.
Alderico Rocha Santos está enfrentando um processo administrativo disciplinar instaurado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) desde dezembro de 2023. Ele foi afastado de suas funções como juiz titular da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Goiás e designado como juiz auxiliar na 16ª Vara Federal.
Além das extensas propriedades rurais, o patrimônio de Rocha Santos inclui carros de luxo e participação em empresas. Ele é sócio da Agropecuária Sucesso em Britânia (GO), cidade onde uma das fazendas adquiridas pelo juiz está localizada, com valor de R$ 15 milhões.
A empresa tem quatro CNPJs, relacionados à matriz e filial, e às fazendas Ferrão de Prata e Capão de Anta. O principal ramo de atividade da agropecuária é a criação de bovinos para corte, com um capital social de R$ 39 milhões. O juiz também é sócio do Residencial Pôr do Sol em Nazário (GO), empreendimento imobiliário com capital social de R$ 660 mil.
Rocha Santos possui quatro veículos registrados em seu nome, incluindo duas motos Honda CG e XLR 125 dos anos 1999 e 2000, um Gol 2007 e um Ford Mustang Mach 1 de 2022. No mercado, um Mustang Mach 1 usado de 2022 pode chegar a custar até R$ 510 mil.
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