‘Na semana passada levei um tiro pela democracia’, diz Trump em primeiro comício após ataque

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No último sábado (20), Donald Trump realizou seu primeiro comício na campanha presidencial dos Estados Unidos desde que foi vítima de uma tentativa de assassinato. Refutando as preocupações sobre sua liderança, tachada de extremista, como uma ameaça para a democracia. Em meio a uma ovação dos cerca de 12 mil presentes em Grand Rapids, Michigan, Trump declarou: “Na semana passada fui alvo de um ataque pela democracia”. O ex-presidente descartou seu suposto envolvimento com o “Projeto 2025”, considerado radical pelos opositores.

Trump, que apareceu com uma bandagem menor do que a usada nos últimos dias, prometeu um avanço dos republicanos nas próximas eleições, debochando da oposição, afirmando que os democratas não sabem quem é seu candidato. Ele ainda ironizou o QI de Joe Biden, sugerindo um valor entre 50 e 70, considerado baixo. Em um discurso inflamado de quase duas horas, renovou sua postura contra imigrantes e prometeu uma grande operação de expulsão nos EUA.

O combate político também contou com a presença do senador J.D. Vance, originário de Ohio, que criticou a vice-presidente Kamala Harris, sugerindo que ela não possui realizações além de descontar um cheque. Enquanto isso, Biden, de 81 anos, e sua equipe mantêm a firmeza na candidatura, apesar de especulações sobre sua saúde mental e debates internos sobre sua continuidade na corrida eleitoral. Em contrapartida, Kamala Harris é apontada como a possível substituta caso Biden desista.

A senadora democrata Elizabeth Warren demonstrou apoio à possibilidade de Harris assumir a candidatura, unir o partido e enfrentar Trump. No entanto, há temores sobre as consequências de uma mudança tardia de candidato, que poderia prejudicar o partido nas urnas. Segundo relatos do The Washington Post, até mesmo Barack Obama teria perdido confiança em Biden, aconselhando-o a considerar a viabilidade de sua candidatura.

Após ocupar a presidência dos Estados Unidos por dois mandatos consecutivos, Joe Biden vem enfrentando pressões por parte de membros do seu próprio partido para desistir da corrida presidencial em 2024. Cerca de 20 legisladores democratas manifestaram publicamente esse desejo, havendo até mesmo propostas para a realização de uma convenção partidária aberta a fim de selecionar um substituto para Biden.

A possível saída de Biden da disputa eleitoral traria consequências também para os republicanos, que teriam que revisar sua estratégia eleitoral, a qual foi extensivamente detalhada durante os quatro dias da convenção realizada recentemente em Milwaukee. Até o momento, a saúde de Biden tem sido o tema central das campanhas republicanas, destacando supostas gafes e dificuldades do presidente. Aos 78 anos, Trump evitou atacar diretamente a saúde de Biden em seu discurso na convenção republicana, onde oficialmente se tornou candidato. No entanto, tais argumentos poderiam se voltar contra ele caso Kamala Harris, a atual vice-presidente de 59 anos, se torne sua adversária.

Enquanto isso, Donald Trump tem desfrutado de momentos favoráveis e se aproveitado das adversidades enfrentadas pelos democratas. Além de sobreviver a um atentado em julho, Trump também conseguiu anular um processo movido contra ele por suposta má gestão de documentos sigilosos após deixar a Casa Branca em janeiro de 2021. A imagem de Trump após o incidente do ataque, com o rosto ensanguentado e sendo retirado por agentes do Serviço Secreto, reforçou sua imagem de homem forte diante do público.

Na mesma semana, Trump ainda recebeu o apoio de líderes do seu partido, inclusive de ex-adversários das primárias, demonstrando uma coesão interna que contrasta com a situação dos democratas. As eleições presidenciais nos Estados Unidos estão marcadas para o dia 5 de novembro deste ano, e o desenrolar dos acontecimentos políticos promete manter a atenção do público em todo o país.

Este artigo foi publicado por Heverton Nascimento e contou com informações da AFP.

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