Detido desde o último domingo (14), Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, teve sua fraude desmascarada. Durante as inundações no Rio Grande do Sul, o comediante anunciou uma doação de R$ 1 milhão, porém, a investigação revelou que apenas realizou um pagamento de R$ 100 através do pix na mesma data.
Nego Di encontra-se sob custódia preventiva em Canoas, no Rio Grande do Sul, sob suspeita de estelionato. Seu pedido de liberdade foi negado pela Justiça do RS, e as autoridades examinaram seus registros bancários como parte das investigações em curso.
Conforme reportado pela Band do Rio Grande do Sul, no dia em que Nego Di anunciou a generosa doação para auxiliar as vítimas das enchentes, apenas um pagamento via pix de R$ 100 foi identificado. Na ocasião, ele alegou que a decisão foi tomada em conjunto com sua esposa, Gabriela Sousa. “Decidi contribuir com R$ 1 milhão para o Rio Grande do Sul. Enviei R$ 1 milhão para a arrecadação do meu amigo Badin [Colono], que já estava em R$ 50 milhões”, afirmou.
Gabriela Sousa também está sob investigação do Ministério Público do Rio Grande do Sul por lavagem de dinheiro proveniente de aproximadamente R$ 2 milhões em rifas virtuais promovidas nas redes sociais. Recentemente, ela foi detida por portar uma arma de uso exclusivo das Forças Armadas, sem registro.
O Ministério Público se pronunciará sobre a suposta doação de Nego Di após analisar os documentos obtidos durante o mandado de busca e apreensão na residência do humorista.
Desde 2022, Nego Di e seu sócio Anderson Bonetti, que está foragido, são suspeitos de comercializar produtos que nunca foram entregues, resultando em um prejuízo superior a R$ 5 milhões para 370 vítimas. Bonetti está com um mandado de prisão preventiva expedido contra ele.
Os advogados de Nego Di expressaram confiança na revisão da necessidade da prisão preventiva, levando em consideração os detalhes e circunstâncias do caso. No entanto, a Justiça manteve a prisão fundamentada nos argumentos do Ministério Público: risco de fuga e a possibilidade de Nego Di continuar cometendo delitos.
“O indeferimento ocorreu devido à existência de elementos suficientes para a manutenção da prisão preventiva, considerando o dano causado a diversas pessoas. Há, portanto, indícios suficientes de seu envolvimento nos casos de estelionato. Por isso, nesse momento, ele permanecerá detido”, afirmou o delegado Cristiano Reschke ao G1.
Horas antes de ser detido, Nego Di foi alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro. Após sua prisão em Jurerê Internacional, em Florianópolis, ele foi transferido para a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).
As investigações estão avançando para uma nova fase, concentrando-se na análise patrimonial e na lavagem de dinheiro, como explicou o Chefe da Polícia do RS, Delegado Fernando Sodré. “Estamos investigando a lavagem de dinheiro, possíveis bens patrimoniais, e crimes que possam estar relacionados ao patrimônio”, detalhou Sodré ao G1.
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