A decisão de Joe Biden de renunciar muda o panorama das eleições, mas não altera o favoritismo de Donald Trump, conforme indicado pelas pesquisas. O caminho até a vitória para Trump pode se tornar mais difícil. Sua estratégia era transformar a eleição em um referendo sobre Biden e seu governo, o que não será possível com a escolha de outro candidato pelo Partido Democrata.
Mesmo que a candidata seja Kamala Harris, vice de Biden, os americanos sabem que o vice-presidente não governa efetivamente. Tanto o vice de Trump quanto Biden, durante o período de vice de Barack Obama, não exerceram o papel de governantes. O cargo de vice é mais simbólico do que efetivo, como Michel Temer se queixou de ser um “vice decorativo” da presidente Dilma Rousseff no Brasil.
Em 2019, Kamala disputou com Biden a indicação para a presidência, lançando duras críticas contra ele. Essa postura a credenciou para ocupar a vice-presidência. Ao assumir o cargo, Kamala tem se mantido discreta e sem muitos holofotes. No entanto, Biden, que foi alvo de seus ataques, não poderia negar seu apoio uma vez que a escolheu como vice.
Alguns democratas acreditam que a desistência de Biden reinicia o jogo, mas na realidade, Trump está em campanha desde que deixou a Casa Branca. O desgaste do poder ficou evidente na gestão de Biden, inclusive com o recente atentado que o colocou em perigo. Isso deu a Trump uma imagem de mártir aos olhos de muitos. A eleição, que antes se concentrava em Biden, sua idade e problemas, passará a ser sobre Trump, seus delitos e a ameaça que representa à democracia mais antiga do mundo, se depender do Partido Democrata.
Derrotar Trump será um feito extraordinário que ficará marcado na história dos Estados Unidos e do candidato que conseguir essa proeza.
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