O Partido Liberal (PL), do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu dar apoio a candidatos a seis prefeituras de capitais como gesto aos governadores que se uniram ao ex-presidente durante as eleições de 2022. Para evitar confrontos com nomes apoiados pelos governadores bolsonaristas, a sigla abriu mão de lançar candidaturas próprias em quatro capitais.
Os candidatos apoiados pelo partido do ex-presidente estão nos estados onde governam Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Junior (PSD-PR), Cláudio Castro (PL-RJ), Gladson Cameli (PP-AC), Jorginho Mello (PL-SC) e Eduardo Riedel (PSDB-MS). Das seis capitais – São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro, Rio Branco, Florianópolis e Campo Grande -, Bolsonaro e o PL optaram por não lançar candidatos próprios em quatro delas, mantendo apoio aos pré-candidatos apadrinhados pelos governadores.
Na cidade de São Paulo, o nome do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP) chegou a ser considerado pelo partido, mas a pré-candidatura não foi oficializada. Bolsonaro decidiu apoiar o prefeito Ricardo Nunes (MDB), indicado por Tarcísio, mesmo que tenha expressado preferência pelo ex-ministro do Meio Ambiente de seu governo. Em São Paulo, o deputado federal Pablo Marçal (PRTB), apoiado pelos bolsonaristas, também entra na disputa pela sucessão de Nunes.
Desistência em Campo Grande
Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, o deputado Marcos Pollon (PL), líder do movimento Proarmas, que planejava lançar sua candidatura, foi preterido pelo partido. Agora, o PL está apoiando o deputado federal Beto Pereira (PSDB), que fez críticas a Bolsonaro durante a pandemia e apoiou Simone Tebet nas eleições presidenciais de 2022. Sites locais relatam que o deputado chegou a apagar postagens em busca de apoio do PL.
A aliança entre os dois partidos para apoiar o candidato do governador Riedel desagradou setores bolsonaristas. O PL já mudou de apoio na capital por seis vezes antes de decidir apoiar Pereira, em uma sétima mudança de rumo.
Uma dessas mudanças envolveu o apoio à prefeita Adriane Lopes (PP), apoiada pela senadora Teresa Cristina (PP-MS), que acabou não se concretizando. Em Curitiba, o cenário permanece indefinido, mas espera-se que um nome do PL seja indicado para compor a chapa como vice-prefeito.
O candidato apoiado pelo governador Ratinho Jr., o atual vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD), expressou interesse em contar com o apoio do ex-presidente para sua campanha eleitoral. No entanto, uma possível aliança é complicada devido a conflitos passados entre o atual prefeito Rafael Greca (PSD) e os bolsonaristas.
O cenário no Sul
Na capital catarinense, Florianópolis, não houve resistências ao acordo feito com o prefeito Topázio Neto (PSD), que conta com o apoio do governador Jorginho Mello, do PL. O partido indicou a vereadora Maryanne Mattos (PL), líder da legenda na Câmara Municipal, como vice na chapa.
O vereador Gabrielzinho Meurer (PL), que era cotado para a posição, faleceu em 1º de julho vítima de pneumonia, antes que sua possível candidatura pelo partido fosse finalizada. Em janeiro, o deputado estadual Bruno Souza deixou o Novo e se filiou ao PL com intenção de concorrer à prefeitura, mas a negociação não vingou.
Em outras três capitais, é esperado que candidatos filiados ao Partido Liberal estejam em palanques opostos aos governadores que apoiaram Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais. Em Goiânia (GO), Manaus (AM) e Cuiabá (MT), já há nomes do partido de Valdemar Costa Neto na disputa para outubro, concorrendo contra candidatos dos governadores bolsonaristas.
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