A Polícia Civil prendeu Ydney Carlos dos Santos de Jesus, conhecido como “Café”, em Salvador, no bairro de Stella Maris, suspeito de auxiliar na execução da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete. Ydney é apontado como gerente do tráfico local e integrava a carta ‘Dama de Ouros’ do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública (SSP-BA). Foram apreendidas uma pistola municiada e entorpecentes com ele. Ydney teve o mandado de prisão preventiva cumprido e segue à disposição da Justiça.
Cinco homens são suspeitos de envolvimento no crime: três estão presos e dois estão foragidos. Um sexto envolvido teria armazenado as armas usadas na execução. A organização criminosa é liderada por Marílio, conhecido como “Maquinista”, que está foragido.
Com a prisão de Ydney, a Polícia Civil busca os outros dois suspeitos. A delegada-geral Heloísa Brito afirmou que “Café” atuava como intermediário entre o quilombo de Mãe Bernadete e “Maquinista” devido ao tráfico de drogas. Na véspera do assassinato, Ydney e Mãe Bernadete discutiram sobre a instalação de uma barraca de tráfico de drogas no quilombo, negada por ela. Ydney então planejou a execução com seus comparsas.
O Ministério Público da Bahia (MP-BA) indicou que os ideais de Mãe Bernadete entraram em conflito com os interesses dos traficantes locais. Sua liderança impedia a expansão do tráfico na área de preservação ambiental da barragem de Pitanga dos Palmares. “Maquinista” ordenou sua execução.
Curso das investigações
A Polícia Civil da Bahia realizou cerca de 80 depoimentos e 20 medidas cautelares. Foram analisados 14 laudos periciais confirmando o uso das armas apreendidas no crime. O executor confessou, apontando o mandante e a motivação. Em 9 de novembro de 2023, o inquérito foi concluído com três prisões em flagrante e três mandados de prisão decretados. A inclusão dos acusados no baralho do crime ajudou nas prisões.
Esforço contra a impunidade
O secretário de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), Felipe Freitas, destacou a importância da investigação e o esforço do Estado na luta contra a impunidade. Ele também mencionou a criação de um grupo de trabalho para acelerar a demarcação de terras, garantindo políticas públicas e proteção para a comunidade quilombola.
Suspeitos do caso
- Marílio dos Santos, “Maquinista” (foragido): mandante do crime.
- Josevan Dionísio dos Santos, “BZ” ou “Buzuim” (foragido): executor.
- Ydney Carlos dos Santos de Jesus, “Café” (preso): gerente do tráfico e braço direito de “Maquinista”.
- Sérgio Ferreira de Jesus (preso): influenciador da decisão de executar Mãe Bernadete.
- Arielson da Conceição dos Santos (preso): autor dos disparos.
- Carlos Conceição Santiago (preso): armazenou as armas usadas no crime.
Diligências continuam para localizar os foragidos. Informações podem ser fornecidas anonimamente pelo Disque-Denúncia da SSP-BA, ligando 181.
Entenda o caso
Maria Bernadete Pacífico Moreira, de 72 anos, foi assassinada em 17 de agosto de 2023, com 25 tiros, na sede da associação do quilombo Pitanga dos Palmares, em Simões Filho. A polícia foi informada pelo neto de Bernadete, Wellington Gabriel de Jesus dos Santos, que estava com ela na noite do crime, junto com dois adolescentes. Após o assassinato, os suspeitos levaram os celulares de Mãe Bernadete e dos netos. Wellington usou um computador para pedir socorro e contatar a polícia. Os suspeitos fugiram de moto.
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